Três meses após o início dos trabalhos, a Escola Clínica Transtorno do Espectro Autista Profª Neuraide Rezende da Silva Fujita, no Rodeio, está mudando a história do atendimento aos autistas na cidade. Após o começo das triagens, o equipamento está realizando, desde o último mês, os atendimentos clínicos e terapêuticos. O atendimento educacional será no segundo semestre do ano letivo. 

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A unidade é a sexta escola clínica do Brasil e a maior do país. “A Escola Clínica é um grande avanço para nossa cidade. É uma estrutura diferenciada e especializa para o Transtorno do Espectro Autista. O retorno das famílias tem sido bastante positivo com o acolhimento feito pela equipe e os atendimentos”, disse a secretária de Educação, Marilu Beranger. O atendimento de educação especial da Pasta é realizado pelo Departamento de Educação Especial e Inclusiva.

O primeiro passo para o atendimento na Escola Clínica é a triagem, que já atendeu a mais de 220 pessoas. Antes dela acontecer, na recepção, há um espaço para acolher as crianças. Este primeiro contato tem impressionado as famílias. "Meu filho gostou muito do espaço da recepção, da salinha de espera. Uma moça brincou com ele e tem os livros. Tanto que na triagem, ele começou a se desregular e a doutora foi chamar ela. Meu filho foi superfeliz brincar com ela”, contou Roberta Dutra da Silva, que foi uma das primeiras atendidas ao lado de seu filho Ethan Oliveira Dutra da Silva.  

A triagem é feita por um neurologista e um psiquiatra. “Depois que é feita a triagem, as médicas solicitam as terapias. Então, fazemos contato com as famílias e marcamos os atendimentos, de acordo com as solicitações médicas”, explicou Mônica Souza, diretora da Associação Madre Esperança de Jesus – AME Jesus, organização da sociedade civil, responsável pelo atendimento clínico e terapêutico. O atendimento educacional especializado é realizado pela Secretaria de Educação.

Roberta e seu filho Ethan passaram pela triagem e agora estão sendo encaminhados para os especialistas. “Foi uma triagem muito completa, com muitas perguntas e bem detalhada. A doutora foi bem paciente e em nenhum momento me apressou. Ouviu todas as minhas queixas e as do meu filho. Não descartou nada das minhas dúvidas, das minhas queixas, levou tudo em consideração. Já esperava que o atendimento fosse ser muito bom, mas me surpreendi por ser muito melhor do que eu imaginava”, contou.

Camila Costa de Souza, mãe de João Gabriel Costa Cardoso, parabenizou a escola pelo atendimento. “Falando como mãe de autista, quero parabenizar vocês pelo atendimento que eu tive e parabenizar ainda mais pelo atendimento com o meu filho. Elas  deram muita atenção e carinho  no primeiro  atendimento, ele não queria  ir embora”, disse. Camila se surpreendeu com a reação do filho. “Pela primeira vez, ele saiu de sala me contando tudo que fez e como a tia foi superlegal. Nunca vi o João assim, muito obrigada”.

A Escola Clínica de Mogi das Cruzes conta com ambientes preparados para os atendimentos clínicos e terapêuticos com equipe transdisciplinar e atendimento educacional personalizado, sendo este último oferecido pela Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes. A unidade é dedicada aos que residem em Mogi das Cruzes e terá, inicialmente, como prioridade, aqueles que estão matriculados nas Escolas Municipais e Creches Subvencionadas, nos níveis da Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II, além daqueles acompanhados pelas salas de recursos das escolas polos e da Escola Municipal de Educação Especial (EMESP). Todos os atendidos passarão por uma triagem.

A Secretaria de Educação conta ainda com outros equipamentos para o atendimento do público-alvo da educação especial, inclusive das pessoas com TEA, na forma de Atendimento Educacional Especial (AEE). Atualmente são 17 salas de recursos em 17 escolas polos que ofertam o atendimento no contraturno para estudantes matriculados na rede municipal de ensino. A Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche, na Vila Lavínia, também oferece o AEE.

O atendimento na Escola Clínica Transtorno do Espectro Autista e as salas de AEE não interferem no trabalho realizado pelos profissionais de apoio nas unidades, que atendem alunos público-alvo da educação especial. O trabalho é coordenado pelo Pró-Escolar, equipamento da Secretaria de Educação.