As cidades que compõem o Alto Tietê estão entre os 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados a deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações, conforme mapeamento feito pelo governo federal. De acordo com o estudo, 35% do total dos municípios brasileiros fazem parte dessas áreas consideradas de risco e que concentram mais de 8,9 milhões de brasileiros, o que representa 6% da população nacional.

O levantamento, coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, ligada à Casa Civil da Presidência da República, foi solicitado pelo governo em razão das obras previstas para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos em infraestrutura em todo o país. 

Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Santa Isabel e Suzano aparecem no levamento como cidades suscetíveis a deslizamento, enxurrada inundação; enquanto Arujá registra risco de deslizamento e inundação; Biritiba Mirim apenas inundação e Salesópolis a deslizamento e enxurrada. 

Alta

O mapeamento publicado em abril deste ano refez a metodologia até então adotada, adicionando mais critérios e novas bases de dados, o que ampliou em 136% o número dos municípios considerados suscetíveis a desastres. Em 2012, o governo havia mapeado 821 cidades em risco desse tipo.

Importância

A apontamento feito em abril sobre os riscos existentes na região já é de conhecimento das prefeituras pelo menos desde 2020, quando o governo do Estado entregou o Mapeamento de Riscos de Movimentos de Massa e Inundações de 11 Municípios do Trecho Leste/Sudeste da Região Metropolitana de São Paulo.

De acordo com o coordenador da Câmara Técnica de Gestão Ambiental do CONDEMAT+, Daniel Lima, o estudo, mais completo e detalhado se comparado ao mapeamento atual, serve como base para as ações preventivas e a criação de políticas públicas necessárias para que se evite tragédias como a registrada no Rio Grande do Sul no mês passado.

“Esse estudo foi feito a partir de um pedido do próprio Condemat e ele hoje nos orienta em relação as medidas que precisam ser adotadas.  Ele serve como base para a capacitação da Defesa Civil em cada cidade, para a concessão de licenças ambientais, para a expansão do plano de arborização e outras ações consideradas de extrema importância para reduzir risco e preservar vidas”, detalhou.

Para o coordenador, a partir de estudos como o concluído em 2020 e o atual divulgado em abril, a região tem conseguido se preparar para as emergências naturais. “Estamos avançando nesse sentido. Um exemplo é que, depois de 12 anos, o governo do Estado está fazendo o desassoreamento do rio Tietê. Conseguimos essa importante obra com a ajuda do estudo e com o elemento pressão que os prefeitos utilizaram politicamente. Também estamos trabalhando regionalmente a fiscalização para evitar a invasão de áreas consideradas de risco, por exemplo”, finalizou.


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