O abuso sexual está entre as principais denúncias recebidas nos Conselhos Tutelares da região, juntamente com outros tipos de violência, como física e psicológica.  No Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado neste sábado (18/05), conselheiros do Alto Tietê destacam a importância da participação da sociedade no combate a esses tipos de crimes.

Estar atento a realidade a sua volta e não se omitir diante de situações e denúncias é obrigação de todo cidadão, de acordo com a conselheira tutelar Eli Tavares, que atua na região do Boa Vista, em Suzano. “É necessário promover a conscientização de que todos são responsáveis. Quando uma pessoa se omite, ela também é responsável, uma vez que coloca a vida de uma criança e adolescente em risco”, defende.

A mesma opinião é compartilhada pela conselheira de Mogi das Cruzes, Mônica Marques dos Santos. Segundo ela, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a participação de todos no combate ao abuso. “De acordo com o artigo 4º, é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Não é só porque a criança ou adolescente não é da família que a sociedade não tem responsabilidade, é dever de todos”, pontuou.

As políticas públicas insuficientes também são destacadas como desafios pelos Conselhos Tutelares, órgão responsável por identificar violações de direitos e realizar encaminhamentos que visem restabelecer ou preservar os direitos da criança e do adolescente. “Temos uma alta demanda de atendimentos e poucos profissionais disponíveis, poucos psicólogos e psiquiatras que podem dar suporte para essas vítimas. Existe uma grande fila de espera hoje na região. Um outro desafio é a falta de creches. Não tendo creches suficientes, os pais acabam deixando o filho com uma pessoa, o que aumenta os casos de exploração infantil”, explicou Mônica.

Sinais

Eli ressalta ainda a dificuldade de comunicação e verbalização desses crimes por parte das vítimas, principalmente das crianças não verbais ou muito pequenas que vivenciam situações de violência, o que dificulta a identificação e denúncia, por isso a importância da sociedade estar atenta aos possíveis sinais.

“Existem os comportamentos-problema, como agir de modo agressivo, apresentando choros sem motivo aparente, ataques de ira, comportamentos de birra, assim como o de desobedecer a pais, responsáveis e professores, também apresentar medo de pessoas ou lugares. Quem convive com a criança e adolescente e percebe uma mudança de comportamento deve ficar atento a esse fato", finalizou.


(Colaborou Gaby Machado)
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