Na coletiva de Imprensa, antes que a Santa Casa de Mogi das Cruzes decidisse pela assinatura do termo de renovação do convênio do Pronto-Socorro, o reforço de equipes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e remodelar o modelo do serviço de urgência e emergência da cidade para atender a população foi apontado como solução paliativa para o problema. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (24) pelo prefeito Caio Cunha; o secretário municipal de Saúde, William Harada, e a secretária adjunta da pasta, Rosângela Cunha, a Dra. Nenê. 

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O prefeito afirmou na ocasião que a decisão pelo fim do convênio seria da Santa Casa, que se recusou assinar a renovação do contrato que vence neste domingo (26), de acordo com as tratativas acordadas em uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Eleudes Paiva. Segundo ele, a prefeitura se manteve aberta ao diálogo e em busca de uma solução conjunta. Uma intervenção chegou a ser levantada, mas foi descartada no momento. 

Na ocasião da reunião com o governo do Estado, havia sido estabelecido o prazo de 180 dias de prorrogação do contrato. A Santa Casa, até então, alegava que os problemas para manutenção do serviço seriam operacionais e não uma questão financeira, como a dificuldade na transferência de pacientes para leitos de média e alta complexidade. O prazo foi pedido pelo Estado que trabalha na regionalização do sistema de saúde. 

Porém, segundo a prefeitura, na própria reunião com o secretário foi proposto um aumento do repasse entre 20% e 25%, o que foi recusado pela administração municipal, e a proposta de renovação, encaminhada pelo hospital prevê um reajuste ainda maior de 38,46%, partindo de R$ 2,2 milhões para cerca de R$ 3 milhões. A necessidade do aumento, de acordo com o Executivo, não estaria devidamente comprovado e não poderia ser concedido de imediato pela responsabilidade da prefeitura e por não estar previsto no Orçamento. 

O presidente da Câmara de Mogi, Marcos Furlan, e o vereador Otto Rezende, presidente da Comissão de Saúde do Legislativo, destacaram na coletiva a preocupação dos parlamentares com o fim do atendimento de urgência e emergência à população pela Santa Casa e se mostraram otimistas com a repactuação do contrato, o que ocorreu poucas horas depois. Otto inclusive vem acompanhando as reuniões com a participação tanto da prefeitura como da Santa Casa. Também estava presente o vereador John Ross.

Atendimentos

A Dra. Nenê ressaltou na coletiva que do total de 9 mil atendimentos realizados mensalmente pela Santa Casa, cerca de 2 mil são do setor de obstetrícia, que deveria ser mantido pois o contrato é diretamente com o Ministério da Saúde, sendo referência não apenas para Mogi como para outras cidades.

Os atendimentos de pediatria, em torno de 500 por mês, segundo a secretária adjunta poderiam ser absorvidos pelo Vagalume e o Hospital Municipal, no distrito de Braz Cubas. Em clínica médica, seriam cerca de 3 mil atendimentos mensais na Santa Casa, e a população poderia recorrer às UPAs, instaladas no Oropó e Jundiapeba, com reforço dentro do possível com mais médicos, assim como a unidade 24h no Jardim Universo. 

A unidade do Rodeio, porém, já atua sobrecarregada com cerca de 12 mil atendimentos mensais, impactada pelo fechamento do Pronto Socorro do Hospital Luzia de Pinho Melo. O secretário de Saúde destacou o desafio para prefeitura, que precisaria remodelar o serviço de urgência e emergência municipal caso o PS da Santa Casa fosse fechado. 



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