O Feriado da Consciência Negra, comemorado nesta segunda-feira (20) e que pela primeira vez será estadual, ou seja, todas as cidades da região irão aderir, representa um avanço e um momento de comemoração para a população negra, mas também uma oportunidade de cobrar políticas públicas capazes de garantir de fato os direitos dessa parcela da população, conforme destaca a coordenadora Diocesana da pastoral Afro-brasileira e membro do Conselho Municipal de Igualdade Racial de Mogi das Cruzes (COMPIR), Cleonice Maria Joaquim.
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Segundo ela, a data, que até então era comemorada somente em algumas cidades da região, é importante para debater questões sobre as pautas negras e repensar as dificuldades que essa população negra enfrenta em todo o Brasil. “Devemos lembrar que existe uma desigualdade com a população negra e que é preciso dar devida valorização para esse povo que ajudou na construção política, econômica, social e cultural do Brasil,”
Para Cleonice, existem motivos para comemorar o Dia da Consciência Negra, já que houve avanços significativos nos últimos anos, como o reconhecimento da cultura e da intelectualidade negra, mas é preciso que os debates que surgem nesse período se estendam por todo ano. “Temos o que comemorar sim porque avançamos bastante na questão da visibilidade do povo negro, de reconhecer e valorizar essa população, mas ainda temos muito o que cobrar e denunciar sobre racismo e preconceito. Não basta falar sobre esses temas, sobre a negritude, somente nesse momento de feriado. O esforço precisa ser no sentido de ampliar essa discussão para os 365 dias do ano, que ela ressoe por todos os meses e de maneira constante”.
A cobrança das autoridades políticas, entre elas vereadores, prefeitos, deputados e governadores, é outra questão levantada pela coordenadora. Para ela, ainda há muito a ser feito pelos municípios e estados em relação aos direitos básicos da pessoa negra, como acesso a saúde de qualidade, educação e direito de ir e vir sem ser abordado ou confundido com um bandido. “O Brasil necessita de políticas públicas afirmativas que garantam de fato os direitos do povo preto do Brasil inteiro, que nos garanta não sofrer discriminação pela nossa cor, nossa roupa, nosso cabelo ou nossa religião. Por isso, vamos festejar sim esse 20 de novembro como muita alegria, como é típico dos negros, mas também vamos lutar pela nossa valorização como cidadão brasileiro”, finalizou.
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