Uma reunião com o secretário da Saúde do Estado, Eleudes Paiva, na próxima semana pode definir o impasse entre a Santa Casa e a Prefeitura de Mogi das Cruzes. Após um encontro na tarde desta quarta-feira (25) na prefeitura sobre a renovação do convênio para o Pronto Socorro (PS) esse foi um dos pontos de consenso entre o hospital e a administração municipal, além de que a questão central é o atendimento com qualidade à população da cidade e o desafio da transferência de pacientes para unidades de média e alta complexidade, o que cabe ao Governo do Estado. 

Na reunião, realizada na prefeitura, a proposta apresentada pelos representantes da Mesa Administrativa da Santa Casa é que seja criada uma comissão, com membros do hospital, da prefeitura, do Legislativo e do Ministério Público, e acompanhada pela Imprensa, para realizar a transferência do PS para o município. Já a prefeitura solicitou tempo para encontrar uma alternativa, e diante disso a renovação do convênio por mais dois anos. 

Para Flávio Mattos, do Conselho Fiscal da Santa Casa, o denominador comum de todos são os pacientes. “A Santa Casa quer dignidade para o paciente, atendimento respeitoso e de qualidade, Não vamos prorrogar dois anos e as pessoas ficarem no corredor, isso a gente não vai fazer. A gente quer um planejamento com responsabilidade que vai ser bom para a população”, disse.

Segundo Mattos, o hospital se propõe a ajudar o município de outra forma, citando o trabalho com portas fechadas ou pacientes referenciados, como acontece atualmente no Hospital Luzia de Pinho Melo, que não conta mais com o PS.

O prefeito de Mogi, Caio Cunha, destacou o comprometimento do sistema de saúde não apenas na cidade, como em todo o Estado, e que Mogi não pode ter mais um Pronto Socorro fechando, como ocorreu com o Hospital Luzia, o que prejudica a população. 

“Todos os anos a prefeitura faz aporte financeiro conforme o convenio preconiza, para gente é temeroso, preocupante, que em maio a Santa Casa tenha tido interesse de renovar e em julho não. É um Pronto Socorro não dá pra fazer em um estalar de dedos”, disse o prefeito. Segundo ele, a comissão só seria aceita se fosse formada por técnicos. "Se esse grupo de trabalho for técnico, buscando uma solução saudável, responsável para as pessoas de Mogi sim. Não pode deixar  acontecer que interesses alheios interferiram", afirmou.  

Durante a reunião, o secretário municipal de Saúde, William Harada, falou que a situação era de inversão de valores, já que caberia a prefeitura e não à Santa Casa definir sobre o que poderia ser feito no hospital, que tem grande parte dos recursos vindos do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, a Santa Casa é o segundo equipamento da cidade que recebe o maior volume de recursos, depois do Hospital Municipal, em Braz Cubas. 

Regionalização

A esperada reunião com o secretário de Estado de Saúde faz parte do projeto de regionalização da rede assistencial, segundo o prefeito, que pode ter como piloto Mogi das Cruzes, utilizando a estrutura criada para a Maternidade Municipal, que pode ser readequada e receber mais leitos, como também o Hospital Municipal e a própria Santa Casa. 

O encontro realizado na prefeitura contou com a presença de representantes da Mesa Administrativa da Santa Casa; a vice-prefeita Priscila Yamagami; o presidente da Câmara de Mogi, Marcos Furlan, e outros vereadores, incluindo os que fazem parte da Comissão de Saúde do Legislativo. 


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