A greve que paralisou as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o Metrô afetou a vida de milhares de moradores da região com o fechamento parcial da linha 11 - Coral  e total da linha 12 - Safira. Muitas pessoas foram até as estações de trem na manhã de ontem e não conseguiram embarcar. A situação também ficou complicada no retorno para a casa.

A Reportagem do Mogi News esteve na estação central de Mogi, que passou o dia todo fechada ontem. O usuários encontravam apenas um aviso na entrada informando a paralisação do serviço, como foi o caso do operador de formulação Anderson Reis, que trabalha em Santo Amaro e não conseguiu embarcar para seguir até a Luz. “Saí de casa duas horas antes do habitual para tentar pegar o trem, mas não teve jeito. Estou conversando com a empresa para ver que outras alternativas nós temos, mas minha maior preocupação é ir e depois não conseguir voltar para Mogi”, detalhou.

Ao longo do dia, o governo estadual divulgou relatórios sobre a situação das linhas. Em um deles, foi informado que, em dias normais, o Metrô e CPTM transportam em média 1,7 milhão de passageiros, entre 4h e 12h e 4h40 e 11h da manhã, respectivamente, sendo que na manhã de ontem, apenas duas linhas da CPTM funcionaram parcialmente, sendo elas a 7-Rubi e 11-Coral (entre Guaianazes e a Luz). Nenhum passageiro foi transportado nas linhas do Metrô.

Sabesp

Na entrada da Estação de Tratamento de Água (ETA), no Jardim Aerodromo Internacional, na região do Jardim Colorado, em Suzano, avisos sobre a greve foram colocados nos portões. A Sabesp, assim como a CPTM e o Metrô, são contrários ao projeto de privatização de alguns serviços que está sendo encaminhado pelo governo do Estado.

Governador

Em seu pronunciamento na manhã de ontem, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a paralisação é política, uma vez que não diz respeito a condição de trabalho ou questões salariais. Em seu perfil nas redes sociais, o governo do Estado destacou que “a greve é ilegal e abusiva, a qual torna refém a população que precisa do transporte público". E completa dizendo que "é absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão”.

Foi destacado ainda que “o programa estadual de parcerias, concessões e desestatizações visa a melhoria na prestação dos serviços públicos aos cidadãos e está totalmente amparado pelas leis brasileiras. Assim, ao chantagear a população com greves ilegais, os sindicatos atentam não só contra a legislação vigente, mas também à ordem pública e ao aprimoramento das políticas públicas".

Sindicato

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, o SindCentral do Brasil, fez um balanço da paralisação. "Apesar da CPTM ter quebrado a paralisação em um trecho da linha 11, a greve está sendo um sucesso, com adesão absoluta dos trabalhadores, que pedem melhorias no serviço e um plebiscito para ouvir a população sobre as privatizações", detalhou o secretário geral Múcio Alexandre Bracarense.