Em comemoração aos 463 anos de Mogi das Cruzes, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, promoverá a roda de conversa “Onde foram parar os ‘Homens Pretos’ da nossa Paróquia?”, neste domingo (24), às 16 horas, no salão Paroquial da Nossa Senhora do Rosário, localizado na rua João Cardoso dos Santos, 940, Vila Industrial, Mogi das Cruzes.

A atividade é aberta ao público, gratuita e faz parte da 17ª Primavera dos Museus, um evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que segue até domingo (24). Neste ano, o tema é “Memórias e democracia: pessoas LGBT+, quilombolas e indígenas”, com a proposta de destacar o papel dos museus na promoção da inclusão social e diversidade.

De acordo com a organização do evento, o espaço busca debater a história da demolição da Igreja do Rosário dos Homens Pretos de Mogi das Cruzes e a ausência do nome “Homens Pretos” na atual Paróquia da Nossa Senhora do Rosário. Em apoio à roda de conversa, a coordenadora da Pastoral Afro-Brasileira da Diocese de Mogi das Cruzes, Cleonice Maria Joaquim, reforça a importância de relembrar a história. 

“Essa igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foi uma irmandade criada ainda na época da escravidão, em que os negros construíam as catedrais, igrejas, mas não podiam frequentá-las. Resgatar essa história em Mogi, para nós, é uma questão de manter o patrimônio, histórico, material e imaterial. Aqui na cidade existiu um apagamento da história do povo preto, hoje as entidades que lutam pela causa do negro buscam resgatá-la. O debate é fundamental para colocar a comunidade a par da verdade”, relata.

O diretor do Departamento de Patrimônio e Arquivo Histórico (DPAH) de Mogi, Glauco Ricciele, exalta a parceria da Ibram com a 17ª Primavera dos Museus na promoção dos eventos na cidade. “É uma reflexão que contribui para o reconhecimento e a valorização do protagonismo das pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas na produção das próprias memórias. Perguntas e reflexões são importantes: aonde estão essas pessoas nos museus? Qual acervo representativo de suas culturas eles preservam? Quem os museus ouvem quando tratam das pessoas? A memória é fundamental para compreender a luta por direitos civis, igualdade e respeito no nosso país”, completa.


*texto supervisionado pelo editor.