Após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmar, em visita a Suzano no último sábado, a instalação de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga a partir de 2025, o prefeito de Mogi e presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), Caio Cunha (Podemos), solicitou oficialmente ao Estado a transferência para Mogi das Cruzes da audiência pública, prevista para o próximo dia 18. Na ocasião, será discutido o projeto de concessão patrocinada das estradas e a implantação de três pontos de cobrança pelo sistema free flow.


Em ofício protocolado ontem (7) e direcionado ao diretor presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Artesp), Marcus Vinicius Vaz Bonini, e ao secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, Cunha justifica seu pedido dizendo que a mudança possibilitará a maior participação de representantes dos governos e da população de toda a região e, desta forma, atender plenamente o princípio de uma audiência pública, conforme previsto na Constituição.


Ainda no documento, o presidente do Condemat argumenta que a realização da referida audiência na capital, “torna inviável a participação popular, visto a necessidade de deslocamento para uma localidade de difícil acesso em razão do trânsito e lotação no transporte, e também por se tratar de um horário em que a maioria da população está em expediente de trabalho”.


Pedágio
No último sábado, Tarcísio confirmou a instalação do pedágio, mas destacou que, para reduzir os transtornos, a cobrança não será feita no perímetro urbano da estrada, especialmente no distrito do Taboão, em Mogi. Em entrevista coletiva, o governador explicou sobre a decisão de implantar a cobrança nas duas rodovias. “Hoje São Paulo tem a melhor malha viária do Brasil por causa das concessões, do investimento privado. Nós temos uma necessidade muito grande de fazer investimentos. A Mogi-Bertioga, por exemplo, que tem problemas geotécnicos todos os anos. A gente vai aumentar a capacidade da estrada, vai fazer terceira faixa e obras de contenção. Obviamente é necessário que a gente passe isso para a iniciativa privada”, detalhou.


Segundo Tarcísio, o objetivo agora é diminuir o transtorno para o cidadão que utiliza as duas rodovias. Ele explica que o modelo de cobrança que será apresentado a população em audiência pública no próximo dia 18 é completamente diferente do modelo apresentado em 2021. “Não vai ter praça de pedágio. A gente vai trabalhar com sistema free flow. Vamos tirar todas as cobranças do perímetro urbano. Estamos vendo locais com ligação de condomínios com a cidade e da cidade com o distrito industrial para eliminar o máximo de cobrança. Teremos ainda o desconto do usuário frequente e vias marginais para não ter cobrança no trânsito local”, pontuou.

“Movimento Pedágio Não” vê isenção com preocupação


A isenção de pagamento do pedágio proposta pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para os moradores do entorno da rodovia Mogi-Dutra, em Mogi, especialmente no distrito do Taboão e condomínio residenciais da região, é vista com preocupação por parte do “Movimento Pedágio Não”. Isso porque, segundo um dos fundadores do grupo, Paulo Boccuzzi, esse benefício pode ser perdido em um curto prazo de tempo. “O Movimento vê com preocupação, porque historicamente, em outras regiões onde foi colocada a isenção para moradores como alternativa, por vezes ela foi retirada após um ano do pedágio operando”, explicou.


Apesar da minuta do projeto referente as rodovias de Mogi ainda não estar finalizada, Boccuzzi afirma é preciso que a mesma conste essa isenção, bem como o compromisso de mantê-la. “Analisando outros contratos, nós vemos que essa gratuidade é prerrogativa da concessionária manter ou retirar quando achar oportuno, ou seja, pode tirar com todo suporte jurídico. Por isso, para que a isenção seja considerada em Mogi, ela precisa constar no projeto e no contrato com a empresa”, finalizou.