A rodovia Mogi-Dutra poderá contar com pedágio em dois pontos distintos. De acordo com prefeito de Mogi das Cruzes e presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), Caio Cunha (Podemos), o projeto do governo do Estado prevê a instalação do sistema de cobrança no trecho de Mogi (Km 44) e de Arujá. Questionado, o prefeito do município vizinho, Luis Camargo, afirmou desconhecer a informação, mas ressaltou que já se posiciona, antecipadamente, contrário à implantação. 


Cunha informou que vem dialogando constantemente com o Governo do Estada e que recebeu em seu gabinete na última terça-feira o secretário de Parcerias de Investimentos do Estado, Rafael Benini. Na ocasião, ele solicitou informações sobre o projeto de implantação das praças de pedágio. 


“Benini trouxe uma nova proposta de instalação, que configuraria em dois pedágios na Mogi-Dutra: um no trecho do Km 44 e mais um no trecho da Mogi-Arujá. Além disso, outro pedágio poderá ser implantado próximo ao limite com Bertioga”, explicou o prefeito, em nota. 


Como presidente do Condemat, Caio Cunha afirmou ser o principal interlocutor do Alto Tietê com o Governo do Estado, que se mostrou sensível ao tema e com posicionamento aberto ao diálogo e à construção coletiva. “Ainda neste mês fará uma audiência pública, a qual defendo que aconteça em Mogi das Cruzes”, disse. 


Cunha fez também um apelo para que todos se unam e dialoguem sobre o tema: “Defendo e proponho a união das forças políticas, das entidades de Mogi, como Agestab, Sincomércio, OAB, Sindicato Rural, de todos os deputados federais e estaduais da região junto com a imprensa, uma vez que o projeto afetará Mogi, Arujá, Suzano, Santa Isabel, Itaquaquecetuba e todos aqueles que circulam diariamente entre as cidades da região, inclusive aqueles que trabalham no abastecimento de produtos agrícolas e outros insumos produzidos na região”.

Estado

A reportagem do Mogi News/Dat entrou em contato com a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado, que não deu detalhes sobre os pontos onde seriam as cobranças. A pasta informou apenas que as rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga “fazem parte do projeto de parceria público-privada (PPP) de rodovias estaduais no Litoral Paulista, no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP)” e que os estudos de viabilidade estão em andamento.


Sobre as audiências públicas previstas para discussão da cobrança, a SPI afirmou que “tem promovido reuniões com representantes dos municípios para debater o projeto e coletar sugestões para melhoria da proposta”, mas destacou que ainda não foi definida a data para o debate das questões relacionadas à região.
Por fim, a secretaria explicou que o objetivo da PPP é atrair investimentos para melhorar as condições de infraestrutura das rodovias. A projeção é que o aporte da iniciativa privada no lote em estudo seja de R$ 4,2 bilhões.

Movimento Pedágio Não


O Movimento Pedágio Não também comentou sobre a informação do novo ponto de cobrança em Arujá. “Nós já sabíamos dessa informação, mas por enquanto nada é oficial, porque oficialmente ainda não foi apresentado nada para cidade. O que temos é uma sinalização do Estado nesse sentido”, explicou Paulo Boccuzzi, um dos representantes do grupo.


Segundo ele, no momento está sendo feito contato com as entidades representativas da cidade para que se posicionem contra o pedágio em uma nota de repúdio. “Estamos fazendo essa articulação para que se tenha um movimento de protesto envolvendo várias categorias”, acrescentou.