Escrever sobre uma cidade é sempre escrever sobre pessoas, escolhas e tempo. Falar de Mogi das Cruzes em 2025 é reconhecer um ano que não se destacou por grandes espetáculos, anúncios grandiosos ou obras de impacto imediato, mas por algo menos chamativo e, justamente por isso, mais duradouro: organização. Foi um período marcado por decisões estruturantes, ajustes necessários e uma preparação silenciosa para desafios que já se anunciam no horizonte do futuro próximo.

Mogi das Cruzes é uma cidade singular. Carrega traços profundos de município do interior, com vínculos comunitários fortes, tradições preservadas e uma memória afetiva que atravessa gerações. Ao mesmo tempo, atua como polo regional relevante, concentrando serviços, oportunidades de trabalho e demandas típicas de centros urbanos maiores. Em 2025, essa dualidade se tornou ainda mais evidente. Crescer, cuidar, ajustar e planejar passaram a ser verbos centrais tanto na gestão pública quanto na vida cotidiana de quem vive, trabalha e circula pela cidade.

Sob a liderança da prefeita Mara Bertaiolli, ao lado do vice-prefeito Téo Cusatis, a administração municipal assumiu como prioridade colocar a casa em ordem. Houve um esforço consistente de controle de gastos, revisão de contratos, reorganização administrativa e busca permanente por eficiência e responsabilidade fiscal. São ações que raramente rendem manchetes ou aplausos imediatos, mas que criam bases sólidas para políticas públicas estáveis, continuidade administrativa e maior capacidade de investimento no médio e longo prazo.

Esse movimento de organização também se refletiu em um planejamento mais cuidadoso das ações municipais, com foco na sustentabilidade financeira e na melhoria dos serviços prestados. Em um cenário econômico desafiador, marcado por incertezas nacionais e estaduais, optar pela prudência foi uma escolha política relevante e, ao mesmo tempo, um sinal de maturidade institucional.

Paralelamente, a gestão buscou não perder de vista o aspecto humano da cidade. Políticas sociais, ações de cuidado e atenção à saúde marcaram o ano. Mogi das Cruzes recebeu reconhecimento nacional na área da saúde pública, especialmente por programas de atendimento integrado, prevenção e ampliação do acesso aos serviços. Esse reconhecimento não se limitou a indicadores técnicos, mas foi sentido no orgulho coletivo e na percepção concreta de avanço por parte da população, sobretudo entre aqueles que mais dependem do sistema público.

Outro ponto relevante de 2025 foi o fortalecimento da transparência e do diálogo institucional. A Prefeitura ampliou canais de acesso à informação, estimulou a participação social e reforçou a importância da prestação de contas. Em um tempo marcado por desconfiança generalizada nas instituições, esse movimento ajudou a aproximar o poder público dos cidadãos, qualificando o debate público e reafirmando o valor da democracia local.

O ano também foi marcado por tensão e mobilização cívica. A proposta do Governo do Estado de implantar dois pedágios no entorno de Mogi das Cruzes gerou forte reação da sociedade civil. Diante desse cenário, a Prefeitura assumiu papel ativo de mediação institucional, posicionando-se de forma clara em defesa dos interesses da população e alertando para os impactos econômicos, sociais e na mobilidade regional.

Ao longo do ano, o Executivo dialogou com representantes do Estado, participou de audiências públicas, apoiou a mobilização da sociedade civil e buscou alternativas técnicas para reduzir prejuízos a moradores, trabalhadores e produtores locais. Essa atuação reafirmou que o papel do município vai além da gestão cotidiana, incluindo também a defesa do direito de ir e vir e do desenvolvimento regional equilibrado.

Mogi das Cruzes também manteve viva sua dimensão cultural e simbólica. Festas tradicionais, eventos comunitários, ações culturais e manifestações populares reafirmaram que desenvolvimento não se resume a obras e números, mas envolve memória, encontro, identidade e pertencimento.

Talvez o maior legado de 2025 tenha sido exatamente esse: a construção de bases sólidas. Um ano de escolhas pragmáticas, organização administrativa e amadurecimento cívico. A cidade encerra o período mais consciente de seus desafios, mais preparada para enfrentá-los e mais unida quando se trata de defender seu futuro. Em tempos de incerteza, esse é um sinal raro, valioso e profundamente necessário.