O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que diretores das escolas estaduais paulistas devem, a partir deste semestre, assistir semanalmente ao menos duas aulas dos professores. O objetivo é que eles produzam um relatório sobre o que observarem em sala em relação as práticas pedagógicas adotadas. A medida divide opiniões na região.
A portaria estabelecendo a nova atribuição aos diretores foi publicada no Diário Oficial no dia 28 de julho. Segundo o documento, eles terão que produzir um relatório, com o que observarem das práticas pedagógicas dos professores e encaminhar para a diretoria de ensino da região.
Contrário a medida, o sociólogo e professor universitário Afonso Pola afirma que a iniciativa é mais uma forma de desvalorização e perseguição a categoria. “Essa decisão do governador determinando que diretores de escolas devem assistir aulas e fiscalizar professores é mais um exemplo claro dessa perseguição e desse desrespeito aos profissionais da educação”.
Para a coordenadora Soraya Aparecida Leite da Silva, que atua na rede municipal de ensino de Suzano, a proposta é válida, desde que venha para somar e não para punir os professores. “Tudo depende do jeito que essa medida é colocada. O diretor não deve ter um papel apenas burocrático na escola, ele deve também participar do que está acontecendo na sala de aula, até porque se a pedagogia utilizada não é a ideal, por exemplo, essa questão é responsabilidade dele também”, avaliou.
Segundo ela, será preciso que professores, coordenadores, diretores e demais atores do processo de ensino estejam muito seguros para que o projeto tenha efeitos positivos. “Essa presença da direção não pode ser colocada com tom de cobrança, no sentido de punição, e sim como uma parceria afim de melhorar o trabalho que está sendo desenvolvido em sala de aula”, pontuou.