Região - A Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes cumpriu, na manhã da última quinta-feira (1), oito Mandados de Busca e Apreensão, sendo um em Arujá e o restante em Mogi, que resultaram na apreensão de 15 veículos, no valor estimado de R$ 4,5 milhões, aparelhos telefônicos, computadores e na prisão de uma pessoa por posse de uma pistola 380 com numeração suprimida. Além disso, foi determinado o bloqueio bancário na conta dos investigados, totalizando R$ 73.800.657,00. O inquérito ainda está aberto, com atuação do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), por meio do Setor de Investigações Gerais de Mogi das Cruzes (SIG).
A ação faz parte da "Operação Stark", vigente há um ano, que investiga um esquema de pirâmide financeira baseado em marketing de afiliação fraudulento, com indícios de lavagem de dinheiro, configurando ainda associação criminosa. Segundo a Polícia Civil, seriam crimes contra o consumidor e contra a economia popular. Os principais investigados são três líderes, que não tiveram suas identidades reveladas.
Ainda de acordo com a polícia, as peças publicitárias prometem investimentos ligados ao mercado financeiro com enriquecimento rápido, ostentando bens de luxo conquistados pela ferramenta. Os investigados ofertam robôs que operam por meio da corretora Deriv, de Opções Binárias, em que é apostado se o índice de uma determinado ativo, em um determinado prazo de tempo, irá valorizar os desvalorizar, se beneficiando caso acertem.
Entretanto, essas apostas estavam atreladas a índices inexistentes, levando as vítimas a perderem o dinheiro falsamente investidos na plataforma e, em paralelo, os marqueteiros se beneficiavam com uma comissão de 40% sobre o valor lucrado pela corretora.
Em coletiva de Imprensa, o investigador chefe de polícia, Celso Moura, advertiu à população sobre golpes do gênero. "Que (as pessoas) chequem em sites, como o Reclame Aqui, sobre aquilo que está sendo oferecido. Muitas vezes lá já tem várias pessoas informando que caíram no golpe", afirmou.
O delegado da seccional, Dr. Mattos Monteiro de Alvarenga, afirmou que os próximos passos da investigação serão a análise dos aparelhos apreendidos, bem como "fazer a quebra de sigilo bancário, saber o nome de quem estão os automóveis, como foi feita a compra e a transferência de valores".
Se provados todos os crimes, os bens apreendidos devem ser utilizados para remunerar as vítimas do golpe que forem identificadas. "Isso será vendido pelo judiciário, será leiloado para remunerar as vítimas e o próprio Estado", disse o delegado.
Também esteve presente na coletiva para esclarecimento dos fatos o escrivão chefe de polícia Lucas Monteiro.
*Texto supervisionado pelo editor.