Os professores da rede municipal de ensino, em Salesópolis, têm se mobilizado para cobrar da prefeitura o pagamento do piso salarial do magistério. Uma das manifestações ocorreu no dia 12 de maio. Atualmente, o piso estipulado pelo Ministério da Educação é de R$ 4.420,55 para uma carga horária de 40 horas semanais.

A professora Carina Moraes disse que o magistério está recebendo R$ 3.413,50 para as mesmas 40 horas trabalhadas. A partir do piso nacional, de forma proporcional, os professores de 30 horas e 24 horas semanais deveriam receber R$ 3.315,27 e R$ 2.652,26, respectivamente. Entretanto, a remuneração, segundo ela, é de R$ 2.560,14 e R$ 2.100,37.

A classe protocolou no ano passado um abaixo-assinado reivindicando o aumento, mas não obteve retorno. "Nós estamos em busca do piso nacional há mais de um ano. O abaixo-assinado ainda se encontra no Jurídico da Prefeitura. Diante disso, nós, junto ao sindicato, começamos a buscar alternativas para conseguir algum diálogo com o prefeito (Vanderlon Gomes, do PL)", destacou Carina. Ela afirmou que os professores quando se dirigiram à sede da Prefeitura, foram mal recebidos.

A professora lamentou a atual postura do poder público, inclusive do Legislativo. "Não é somente a questão salarial, são tantas outras que a gente tem que ter uma atenção, e infelizmente, eu percebo que em Salesópolis nós não temos. No início do ano, eu frequentei as primeiras oito sessões da Câmara e fica muito a desejar. Precisamos ampliar muito esse debate", afirmou.

Creches

Outra questão são as creches, segundo Carina. Ela disse que há uma sobrecarga no corpo de professores em algumas unidades. "Houve um aumento de matrículas e algumas salas de aula estão recebendo mais alunos do deveriam. Com isso, as funcionárias, que já são poucas, então emocional e fisicamente abaladas", destacou Carina, afirmando que alguns funcionários pensaram em pedir demissão.

Além da reivindicação salarial, a educadora apontou demandas antigas da cidade que ainda não foram entregues à população, como a creche do bairro do Fartura, anunciada em 2017. O investimento veio do Estado, do qual o então deputado estadual André do Prado (PL), atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), participou para trazer o investimento ao município, no total de R$ 1,2 milhão. "A creche foi dita como uma conquista, mas nesse tempo todo foi se protelando a entrega. E o bairro do Fartura é muito carente", destacou Carina.

A professora complementou ainda que há alunos em espaços inadequados, como na creche municipal Dona Teresa Feital, no bairro Jardim Nídia, que seria, a princípio, um local provisório. Segundo Carina, o espaço não é totalmente adequado para receber as crianças e faltam funcionários para suprir as demandas dos alunos.

"A maioria das escolas aqui já passaram ou precisam passar por reformas. Uma delas deu recesso para terminar a reforma, pois havia muita poeira que poderia prejudicar os alunos. Aproveitaram esse recesso e mandaram os funcionários para creche em que faltava pessoas", disse a professora.

Sem retorno

A reportagem do Mogi News/Dat entrou em contato com a Prefeitura de Salesópolis sobre as questões apontadas pela professora e a reivindicação de reajuste salarial que tem mobilizado a rede municipal de ensino, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição. 

*Texto supervisionado pelo editor