O Instituto Resiliência Azul, de Mogi das Cruzes, dedicado ao acolhimento de mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tem se dedicado a angariar recursos para a produção de um documentário longa-metragem, cujo enfoque será os bastidores da vida de mães de autistas, com o título "Autismo: O Diário de Uma Mãe Atípica". Diiva Battista, mãe atípica e presidente da ONG, segue na busca de verba e voluntários que possam colaborar com a produção.
"O documentário está no processo de ficha técnica, e estamos tentando alguns editais, mas precisamos de apoio para que isso saia o quanto antes. Nós conseguimos um diretor de cinema que veio como voluntário, e vamos abordar exatamente isso, o passado, o presente e o futuro dentro desse mundo autístico", destacou Diiva.
A expectativa era lançar o longa em anos anteriores, o que foi frustrado pela pandemia de Covid-19. Agora, o objetivo é vincular o filme em setembro, junto a chegada da primavera, que tem início no dia 23. Caso contrário, a película deve estrear em abril de 2024, quando é celebrado o Mês da Conscientização Sobre o Autismo.
"O valor estimado para o filme, a princípio, é de R$ 400 mil por se tratar de um longa-metragem, além de que teríamos que fazer viagens, comprar equipamentos, gasto com ajuda de custos e pagar toda a equipe. Então tudo o que for possível, como verba, equipamentos e voluntários, serão bem-vindos", avaliou a presidente da ONG.
Inspiração
Segundo Diiva, a ideia do filme precede a própria ONG, sendo esta uma consequência da primeira. "O Resiliência Azul só existe por conta do documentário. Ele foi o primeiro passo que encontrei para sair do luto, porque temos esse momento de luto, infelizmente, e é uma fase em que também se encontram outros caminhos", disse.
Em 2017, quando recebeu o diagnóstico de autismo do filho, ela começou a procurar por uma bolsa de estudo em audiovisual, que surgiu em 2019, mas quando começou a fazer buscas ativas para identificar mães de autistas para falar sobre o assunto, se deparou com as mães que não queriam participar, por medo de gerarem ainda mais preconceito. Assim, surgiu a ideia do grupo de apoio às mães, que no mesmo ano se tornaria a ONG.
"E então começa essa luta, porque não é fácil falar sobre isso, da vida real, de lutas e expor essas histórias, por isso a gente precisa se unir para falar sobre o assunto e buscar melhorias para que as coisas possam mudar", salientou Diiva.
Resiliência Azul
Além do projeto cinematográfico, a instituição segue atuando em outras frentes para a promoção de políticas públicas e dispositivos de lei que tragam amparo para as mães de autistas, sobretudo para aquelas em situação de vulnerabilidade, bem como programas de assistência, capacitação profissional e educação.
Para ajudar no desenvolvimento do documentário ou contribuir com outros projetos da ONG Resiliência Azul, é possível entrar em contato pelo Instagram no @resilienciaazul ou pelo telefone (11) 98068-2686.
*Texto supervisionado pelo editor