Mogi - A Câmara Municipal rejeitou na tarde de ontem o pedido para a criação de uma comissão processante contra o vereador Carlos Lucareski (PV). O pedido foi apresentado pelo advogado Carlos Alberto Gonçalves e coassinado por outros moradores da cidade, propondo o processo de cassação do mandato por crime de improbidade administrativa em seu mandato anterior, entre 2017 e 2020.

No pedido lido pela Mesa Diretiva foram apresentados os argumentos do processo na primeira instância da Vara da Fazenda Pública de Mogi das Cruzes e em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). Na denúncia, Lucareski foi acusado de contratação de funcionários-fantasmas e retenção parcial do salário de membros de sua equipe, alegando que a Câmara contaria com a prerrogativa de poder julgar de maneira independente à via jurídica.

Antes da abertura das considerações pelos vereadores, o vereador Francimário Vieira (PL), o Farofa, pediu a leitura do parecer da procuradoria jurídica da Casa sobre o assunto, que reiterou a necessidade de encerramento do processo jurídico em última instância. A vereadora Inês Paz (Psol) defendeu a abertura da comissão processante, alegando que sua abertura não implica diretamente na condenação de Lucareski, que continuará tendo o amplo direito à defesa, e citou processos envolvendo o "Fura-fila da vacina" com o ex-secretário de Saúde de Mogi das Cruzes durante a pandemia, e as averiguações do Tribunal de Contas sobre o contrato da Peralta Ambiental.

Pela derrubada do pedido de comissão processante, manifestaram-se Mauro Yokoyama (PL), o Mauro do Salão, que reforçou que o processo se encontra na fase de recursos, e que deve ser respeitado o direito ao contraditório e à ampla defesa, e José Luiz Furtado (PSDB), o Zé Luiz, que reiterou que o julgamento político à revelia da Justiça já teve repercussões em outras ocasiões no município, atribuindo que foram "massacrados pela mídia e pela população, chegando até ao suicídio e foram inocentados pela Justiça posteriormente".

Por causa de manifestações de moradores nas galerias, o presidente da Casa, Marcos Furlan (Pode), interrompeu os trabalhos por aproximadamente 40 minutos. Na retomada, a votação da maioria dos vereadores foi pelo arquivamento do pedido, com o voto de Inês Paz pela abertura da comissão. Caso o pedido tivesse sido aprovado pela maioria dos parlamentares, seria formada uma comissão para analisar o pedido de cassação do mandato do vereador.