Duas ações coletivas estão sendo movidas contra a Meta Platforms Inc, empresa-mãe do Facebook, sob a alegação de que ela rastreava dados confidenciais de pacientes em alguns dos maiores hospitais dos Estados Unidos. Segundo relatado pela Bloomberg, os processos foram instaurados na Califórnia, em junho e julho deste ano, por causa de uma ferramenta de rastreamento, a Meta Pixel, usada para coletar dados analíticos de páginas da web e enviá-los ao Facebook.


A empresa estaria sendo acusada de usar essa ferramenta em sites de 33 dos 100 maiores hospitais dos Estados Unidos, colhendo informações de usuários sem aviso nem autorização. Em 7 dos hospitais, a situação era ainda pior: a Meta Pixel tinha acesso a portais de pacientes protegidos por senha, mandando dados como diagnósticos, horários de consulta e alergias a medicamentos diretamente ao Facebook.
A descoberta foi feita porque alguns dos pacientes começaram a receber anúncios em seu perfil da rede social com conteúdos claramente relacionados ao seu histórico médico, como ofertas de equipamentos e pílulas direcionadas às suas condições de saúde.


Uma questão de privacidade

O episódio, apesar de chocante, não é novidade. Em 2018, o Facebook já havia sido acusado de violação de dados confidenciais, em um dos maiores escândalos dos últimos anos.
Na época, a plataforma juntamente com a empresa norte-americana Cambridge Analytica foram acusadas de utilizar informação de milhões de usuários sem o devido consentimento para promover propaganda política, em um esquema de vários milhões de dólares.
Especialistas, desde então, encorajam os usuários a tomar as rédeas da situação e cuidar de sua privacidade com as próprias mãos.


Mas como aprimorar a privacidade na internet?

Para ter uma experiência mais privada na rede, antes de qualquer coisa, é necessário tomar cuidado com o que se publica nas redes sociais. Como visto nos exemplos anteriores, plataformas como o Facebook são capazes de causar enormes danos pelo volume de dados que recebem todos os dias. Então, limitar o compartilhamento é uma das melhores estratégias. Do mesmo modo, investir em programas que visem a aumentar a privacidade dos dados de navegação, como as redes virtuais privadas (VPN), é uma tática imprescindível para acrescentar uma camada extra de proteção às informações pessoais na internet.


Ao baixar uma VPN em seus dispositivos, afinal, os usuários garantem um manto de criptografia em todo o tráfego de dados, impossibilitando que terceiros não autorizados tenham acesso às suas atividades online, incluindo os provedores de internet. Outro elemento frequentemente apontado pelos especialistas em cibersegurança se trata das senhas utilizadas pelos usuários. Uma das piores práticas, nesse assunto, é o reaproveitamento de uma mesma combinação para várias contas diferentes.
Conforme ensinam esses profissionais, quando há um vazamento de credenciais na rede (o que não é incomum), os criminosos sempre buscam aplicar o uso das senhas vazadas em diferentes plataformas para ver se têm sucesso. Caso o usuário use o mesmo código para todos os seus perfis, os hackers ganham acesso instantâneo a tudo que ele faz na rede.
Por fim, também há a questão dos cookies e do cache. Esses itens, aparentemente inofensivos do navegador, podem ser usados para criar uma forma de identificação dos usuários e ser empregados, então, para rastrear todas as suas atividades na internet de maneira silenciosa.
Por esse motivo que muitos experts recomendam, juntamente com o uso de uma VPN, a limpeza regular dos cookies e do cache, ou o uso do modo anônimo no navegador, para a manutenção da privacidade online.


E o resumo da ópera é...

Escândalos envolvendo empresas que lidam com dados pessoais, em particular aquelas ligadas a redes sociais, vão continuar pipocando aqui e ali. Para se proteger desses episódios, cabe aos usuários sentar no banco da frente e cuidar de sua privacidade com as próprias mãos.
A maneira de fazer isso é controlar a quantidade de informações divulgadas na internet (em especial nas mídias sociais), investir em ferramentas de segurança digital (como as VPNs), não reutilizar suas senhas e, por fim, limpar os cookies e cache de seus navegadores.
Com essas medidas simples, a privacidade de seus dados terá uma chance muito maior de se manter íntegra, mesmo diante de casos como o da Meta Pixel.