A decisão da Câmara dos Deputados em passar adiante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) dividiu opiniões de moradores do Alto Tietê. A reportagem ouviu oito pessoas em Mogi das Cruzes e Suzano que emitiram argumentos diferentes pelo apoio ou contra a retirada da presidente do cargo. A maior parte dos suzanenses ouvidos se posicionaram contra o impeachment, já em Mogi, o placar foi favorável ao processo.
No parque Max Feffer, em Suzano, a cabeleireira Camila de Lima Nunes, de 28 anos, afirmou que não concordou com o processo aprovado na noite de domingo. "Caso a Dilma saia, vai entrar o (Michel) Temer e (Eduardo) Cunha. Aí fica muito difícil. Tem que tirar os três. Precisamos de um novo pensamento. Acompanhei a votação do domingo e achei que os deputados que votaram contra tinham mais argumentos", avaliou.
Segundo o autônomo Antonio Marcos Rodrigues Nabiça, 47, não existem provas suficientes para a retirada da presidente Dilma Rousseff. "Não mostraram nada que prove que a presidente roubou", resumiu.
Para a dona de casa Lourdes Siqueira, 49, o Brasil precisa de mudanças. "O desemprego está muito grande e não há investimento na Saúde, o que mostra que nosso País está parado. Espero que com o impeachment da Dilma as coisas melhorem. Ela não fez nada pelo Alto Tietê. Vejo que as pessoas que realmente precisam de ajuda do governo não conseguem, mas quem tem uma vida confortável são beneficiadas", disse.
Na praça Francisco Urbano, em Mogi, muitos comentavam a votação do processo de impeachment. O aposentado Nelson de Vasconcelos, 70, se posicionou a favor da retirada da presidente, mas avaliou que "não existe luz no fim do túnel". "Acredito que não conseguiremos resolver o problema. No momento, não temos um nome que consiga resolver a situação. O Brasil está uns 50 anos atrasado e vai demorar pelo menos uns 30 anos para se reerguer", ressaltou.
De acordo com o aposentado Severino Balbino de Araújo, 70, a presidente "já vai tarde". "O Brasil só foi roubado e o desemprego está muito alto no País. Acredito que com a saída da Dilma as coisas vão melhorar e o Brasil vai conseguir trilhar um caminho certo", contou.
O armador Clemente Soares dos Santos, 61, é contra o impeachment. "Acredito que se forem tirar a Dilma pelos motivos apresentados, terão que tirar todos. Todo mundo é culpado", argumentou.