A Valtra do Brasil, empresa ligada ao Grupo AGCO, poderá demitir até 100 funcionários atuantes na unidade de Mogi das Cruzes, em Brás Cubas. A informação foi divulgada ontem pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, após reunião com a diretoria da empresa. A justificativa para o novo corte seria a queda de produção.
"Segundo a empresa, por conta da redução da produtividade, será necessário mandar alguns trabalhadores embora. E o número que temos é de 100 trabalhadores", informou o secretário-geral do Sindicato, Jorge Carlos de Morais , o Arakém.
Para Morais, as demissões tendem a agravar ainda mais a crise econômica vivenciada pelo País e que impacta diretamente no setor metalúrgico. "Só há um jeito do País voltar ao normal e é com a preservação dos postos de trabalho. Na medida em que o trabalhador tem seu emprego garantido ele tem poder de consumo e, consequentemente, nós vamos ter motivos para voltar à normalidade. Por outro lado, quanto mais demissões houver, a tendência é que essa crise venha a aumentar", avaliou.
Barracas
Na tarde de ontem, o Sindicato iniciou um acampamento em frente à sede da empresa, em repúdio a demissão de dez trabalhadores. Neste caso, no entanto, segundo Arakém, o corte de funcionários não teve relação com os índices de produção. "Houve um problema na Valtra em relação ao pagamento de participação de lucros e resultados. Isso gerou insatisfação e alguns trabalhadores trocaram mensagens e a empresa os demitiu. Temos uma gravação que vamos levar ao Ministério Público, a qual o supervisor fala com clareza que o empregado foi demitido por se envolver com o sindicato, e isso é crime contra a organização do sistema", comentou.
Os membros da entidade sindical deverão permanecer no local por no mínimo 20 dias, quando as férias coletivas dos trabalhadores chegarão ao fim, abrindo possibilidade para negociações.
Resposta
Em relação aos dez funcionários demitidos, a AGCO esclareceu que "os desligamentos pontuais se restringem à readequação de estrutura da companhia". Além disso, afirmou que "mantém sua atuação de acordo com as melhores práticas de gestão e tendo um compromisso sério com os seus colaboradores". Não houve posicionamento sobre novos cortes