O desembarque do PMDB do governo indica que ele de fato chegou ao fim. Na verdade, o partido não deixou o governo, ele apenas desembarcou antes do naufrágio. Até mesmo um senador do PT se desfilou da sigla, assim como o fez o prefeito de Osasco. São atos de sobrevivência política.
Com uma rejeição de 69%, segundo o Ibope, a presidente Dilma traga para o fundo todos que se aproximam dela. As eleições de 2016 já se aproximam e ninguém quer ficar vinculado a essa rejeição. É inegável o desgaste político do PT e dos partidos que insistem em apoiar o atual governo abertamente. O preço das urnas pode ser tão caro a ponto de extinguir algumas legendas.
Se um partido do tamanho do PMDB com sete ministérios e centenas de cargos no governo federal sai e recomenda que todos os seus filiados saiam, porque outros partidos menores ficariam? É como se num navio a maioria dos passageiros procurasse os botes salva-vidas e os demais ficassem apenas olhando. Ninguém quer afundar. É o que se assistirá daqui para frente, outros partidos da base aliada abandonarão o governo, formal ou informalmente.
Qual deputado federal ou senador terá coragem de defender publicamente um governo com rejeição de 69%? Quem não o fizer também corre o risco de perder a grande oportunidade de se encaixar no novo governo do PMDB. Aliados de primeira hora se acomodam nos melhores cargos. Quem é contra e continuar contra, sairá do governo que acaba e voltará para oposição, uma minoria que não fará nenhuma diferença, por absoluta falta de apoio popular.
Temer deve aproveitar o momento e assim que assumir a Presidência promover todas as mudanças necessárias, como fez Macri, presidente da Argentina. Arrumar a casa e retomar o crescimento do país, urgentemente, antes que todas as empresas quebrem e o desemprego aumente e perdure. E para quem acha que tudo isso não passa de um golpe, Temer foi eleito com Dilma, é o seu vice, e logo será o titular.