Constantes vazamentos de esgoto têm causado transtornos aos moradores do Jardim Nathalie, em Mogi das Cruzes. Eles reivindicam uma solução imediata para o problema, bem como esclarecimentos sobre as obras de construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que estão sendo executadas no bairro pelo Grupo Serveng.
Conforme apurou a reportagem, a ETE começou a ser implantada para atender a um condomínio construído no bairro pela mesma empresa. No entanto, de acordo com os reclamantes, antes mesmo de sua conclusão, a rede de captação de esgoto vem sendo utilizada pelo imóvel, o que resultou no escoamento de dejetos a céu aberto.
Na rua Roque Stilhano, por exemplo, o esgoto sai de um cano e corre pela via, até cair em uma boca de lobo e se juntar às águas de um córrego, que aparenta ser limpo até chegar naquele ponto.
De acordo com o aposentado José Diogo Sanches de Medeiros, de 53 anos, o esgoto é produzido pelo condomínio e deveria ser destinado à estação de tratamento, que ainda não foi construída. "A obra começou no fim do ano passado, mas há algum tempo não vemos mais ninguém trabalhando no local. O esgoto do condomínio é mandado para cá e quem sofre são os moradores que precisam conviver com esse mau cheiro e andar em meio aos dejetos", reclamou.
Ainda segundo Medeiros, a não conclusão da obra interferiu também no lazer dos moradores. Isso porque a ETE começou a ser construída em uma área onde antes havia um campo de futebol e um playground. "A obra ficou largada e não temos mais área de lazer. A prefeitura até se comprometeu a instalar uma Academia da Terceira Idade (ATI) depois que terminarem a obra, mas do jeito que está não dá para continuar", contou.
Parecer
O Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) informou que a construção da ETE foi aprovada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e "trata-se de uma obra da empresa Serveng, para atendimento a um condomínio residencial em construção no bairro".
Já o diretor de desenvolvimento imobiliário da Serveng, Vinicius Eidelman, esclareceu que o vazamento de esgoto em questão "não tem a ver com a obra da ETE ou com o condomínio da construtora". "A água que está sendo jogada vem da rede e não do empreendimento. Mas ainda assim, técnicos estiveram no local e fecharam o cano", explicou.
Eidelman destacou ainda que a construção da ETE não foi paralisada. "Iniciamos a obra em novembro e a previsão de entrega é a segunda quinzena de março. Estamos investindo R$600 mil e após o término, a benfeitoria será doada para a prefeitura. Já a área de lazer será refeita", contou.