O município de Ferraz de Vasconcelos poderá ganhar um Parque Ecológico. Isso deve ocorrer na cidade por conta de um processo que havia no Ministério Público (MP), por meio da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que multou a prefeitura em mais de R$ 1 milhão por aterrar uma área de manancial na região do Cambiri. A penalidade, porém, foi convertida em compensação ambiental.
O secretário Municipal de Meio Ambiente Clóvis Caetano da Silva disse que a administração municipal tem um prazo de seis meses para iniciar o projeto. "O prefeito anterior aterrou uma área em frente ao cemitério e dizia que seria um estacionamento, depois disse que faria um parque e a Cetesb caracterizou que era um aterro clandestino", explicou Silva.
A princípio, o parque ecológico será construído na mesma região do Cambiri, segundo o titular da pasta. " Teremos que restaurar essa área de alguma forma porque quem degradou foi a prefeitura e a ideia principal é que seja lá. Não está definido, mas acho que não existe melhor lugar a ser restaurado do que a própria área que o município degradou", adiantou. "Como conseguimos firmar esse termo de ajustamento de conduta com a Cetesb, não temos acordo, temos que construir. O prazo é de seis meses para o município dar uma resposta ou, ao menos, iniciar uma obra".
Clóvis ainda comemorou o fato de o município não ter que pagar a multa milionária ao Estado. "A Cetesb multou com toda a razão. Uma multa altíssima. Nós conseguimos reverter essa situação e o município não vai precisar pagar esse valor, que é acima de R$ 1 milhão. Para a cidade é muito mais vantagem do que pagar uma multa. O município deixou de tirar do bolso para uma penalidade que viria de forma ruim e vai desembolsar para ajudar o munícipio. O Ministério Público trabalhou corretamente", avaliou.
Clóvis ainda lembrou do trabalho de fiscalização realizado pela pasta, para evitar a atuação de aterros clandestinos no município. "Tínhamos cerca de 20 aterros clandestinos. Fechamos e multamos todos", afirmou. "Dentre esses aterros, teve um em que apreendemos aproximadamente 20 caminhões, seis tratores e duas ou três retroescavadeiras. Aplicamos uma multa de R$ 30 milhões, foi histórico", revelou, se referindo a empresa Jovi, que pertence à família do ex-prefeito Jorge Abissamra. O local armazenava todos os tipos de resíduos, incluindo lixo hospitalar. O critério para aplicar essa penalidade foi a proporção do dano causado. "O jurídico já notificou os responsáveis. Em menos de 15 dias esse procedimento estará em andamento", finalizou.