A chuva que caiu sobre os distritos de Brás Cubas e Jundiapeba no domingo passado trouxe transtorno por onde passou. O córrego dos Canudos transbordou e chegou a invadir casas da avenida Julio Simões, que foi recentemente inaugurada. O córrego do Gregório, que fica às margens da avenida Henrique Peres, encheu rapidamente com o temporal. Parte do muro da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na avenida Anchieta, cedeu por causa da força da água.
O secretário municipal de Segurança, Eli Nepomuceno, informou que em Brás Cubas caíram 55 milímetros de chuva, enquanto no resto do município foram registrados 40,5 mm. Nepomuceno disse que a cidade registrou problema especialmente em Brás Cubas, Jundiapeba e Vila Lavínia. No último bairro, na rua Adelino de Mello, um muro caiu sobre uma casa desocupada.
Nepomuceno avaliou que mesmo com as fortes chuvas, nenhum incidente de maior gravidade foi registrado na cidade e os transbordamentos dos córregos foram causados pelo excesso de chuva. "Nossa referência é que o sistema de drenagem suporta 35 mm de chuva, mas em Brás Cubas, esse índice foi superado em 20 mm em um período de três horas. Tivemos alagamentos na avenida Lourenço de Souza Franco e casas alagadas na avenida Lourenço Della Nina e viela José Gouveia", detalhou.
Segundo o secretário, a prefeitura está atenta aos alertas de chuvas e afirmou que este ano o volume de chuvas foi maior que nos verões passados. "Até o fim de março teremos estas chuvas e a Operação Verão vai continuar funcionando", ressaltou.
Na manhã de ontem ainda era possível ver os estragos causados pelas chuvas de domingo. Na rua Joia, uma das travessas da avenida Julio Simões, lama e pedaços de madeira ficaram espalhados. "A chuva começou por volta das 17 horas. Minha residência não chegou a alagar, pois colocamos uma telha na porta para barrar a água", disse a dona de casa Alessandra dos Santos, de 25 anos.
O autônomo Cícero de Souza Melo, 68, afirmou que o problema é causado por um córrego que atravessa a avenida Alexandrina e deságua no córrego dos Canudos. "Ele precisa ser canalizado. Esta chuva foi muito forte e chegou a entrar uns três metros de água na minha casa", explicou.
A comerciante Kelly Cristina de Oliveira, 32, ficou preocupada com o alagamento. "Hoje (ontem), notei que a água passou da entrada do comércio. Ainda bem que era fim de semana, se não as mercadorias iriam molhar", destacou. Os moradores chegaram a fazer uma manifestação na noite de domingo, na avenida Alexandrina, para protestar contra o alagamento.
Por meio de nota, a CPTM informou que "uma vedação metálica será instalada no local (da queda do muro) até o final desta semana".
Ontem 
As fortes chuvas na tarde de ontem voltaram a provocar alagamentos em Mogi. De acordo com a Defesa Civil, o córrego Ipiranga transbordou na altura da praça da Bandeira. A rua Ipiranga ficou alagada, bem como outros pontos da região central, Mogilar, César de Souza, Brás Cubas e Jundiapeba. Alagamentos foram registrados também na rua Sidney da Rocha, na Ponte Grande. Os córregos de Brás Cubas não transbordaram.