A Polícia Federal esteve ontem no escritório de uma empresa em Poá para fazer apreensões relativas à 23ª Fase da Operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras.
A ação cumpriu, no total, 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva.
Conforme o Dat apurou, a Graco Corretora de Câmbio S/A, instalada em uma sala comercial na rua Fernando Pinheiro Franco, na região central de Poá, seria uma das empresas de câmbio utilizadas para lavagem de dinheiro e pagamento de propina para funcionários da Petrobras.
Além de Poá, os mandados foram cumpridos também em São Paulo e Campinas, e nos Estados da Bahia (Salvador e Camaçari) e Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba).
Segundo informações da Polícia Federal, "o foco das investigações da 23ª fase deflagrada ontem é o cumprimento de medidas cautelares, a partir de representação da autoridade policial, relacionadas a três grupos: um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina no âmbito da Petrobras; e um grupo recebedor, cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassam
US$ 7 milhões".
A nova fase da operação Lava Jato foi denominada Acarajé em alusão ao termo utilizado por alguns investigados para nominar dinheiro em espécie.
Outro lado
A Graco Corretora de Câmbio S/A informou ao Dat ontem, por meio de nota, que o atual corpo de diretores não é objeto de investigação "e tampouco possui qualquer mandado de prisão emitido pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal".
A empresa destacou que a investigação em curso refere-se ao antigo proprietário da Graco, "totalmente desvinculado das operações da corretora desde 2007, e a outra companhia em nome desse antigo proprietário. A Graco apenas está fornecendo às autoridades os documentos referentes ao período anterior a essa data, em cumprimento às devidas solicitações".