O atendimento precário do Pronto Socorro Municipal de Suzano virou alvo de reclamação de uma jovem que pretende processar a unidade e o médico que a atendeu por negligência. A estudante Samantha Cristina de Sousa Braga, de 19 anos, procurou o hospital, na noite da última segunda-feira, para retirar um piercing na região da boca, já que o mesmo estava causando problemas, mas ela afirma que o profissional ficou nervoso, abandonou o atendimento após aplicar a anestesia e a deixou com uma tesoura pendurada no rosto que já estava com um corte que o próprio médico fez, porém, não finalizou o procedimento.
A jovem relata que chegou no hospital, às 18h17, do último dia 8, com o suporte do piercing dentro da pele, necessitando de procedimento cirúrgico para a retirada do mesmo. "Decidi ir até o hospital, porque não queria me machucar, mas acabei saindo de lá bem pior", disse, inconformada. "O médico me atendeu mal e ainda aplicou a anestesia de forma bem grosseira. Senti ele me cortando, porque a anestesia não funcionou", relatou Samantha.
A estudante ainda lembrou que no momento em que ela estava chorando de dor, o médico cirurgião perdeu a paciência. "Ele ficou impaciente, começou a gritar comigo e queria aplicar uma anestesia na parte de cima da minha boca, fazer um corte por cima para retirar e, como estava doendo, eu pedi para esperar. Ele deixou uma ferramenta pendurada na minha boca e saiu gritando 'eu não vou fazer isso. Tenho outras coisas para fazer e tenho horário'. E me deixou lá com a boca sangrando", relatou, lembrando que a enfermeira que estava no local teve que ajudar na retirada da tesoura.
Diante das circunstâncias, Samantha registrou um Boletim de Ocorrência ontem e disse que pretende processar o médico e a unidade hospitalar por negligência, já que saiu de lá pior do que chegou. "O médico não receitou nenhum medicamento. Eu, por conta própria e com muita dor, consegui retirar o piercing e fui até um hospital de Mogi das Cruzes para conseguir ser atendida", contou.
A Prefeitura de Suzano informou que, até ontem, não havia sido registrada nenhuma reclamação na Ouvidoria Municipal e ressaltou a importância de formalizar a queixa por meio desse canal de comunicação que é feito pelo telefone 0800 774 2007. "Até o momento, a Secretaria de Saúde não recebeu nenhum tipo de reclamação nesse sentido, impossibilitando assim qualquer tipo de abertura de processo administrativo com o intuito de investigar a reclamação", informou por meio de nota.