Os funcionários que atuam nas empresas de telemarketing de Mogi das Cruzes e região podem paralisar os atendimentos. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado de São Paulo (Sintetel), a greve já foi decretada, mas apenas depois de uma reunião com as empresas do setor, agendada para o dia 15 de fevereiro, é que a categoria decidirá se vai cruzar os braços definitivamente.
Na manhã de ontem, houve uma assembleia em frente à Tivit, tanto na unidade do Mogilar quanto na de César de Souza. Segundo informações do sindicato, apenas em Mogi, entre 5 e 6 mil pessoas trabalham em empresas de call center.
O dirigente do Sintetel no ABC e Alto Tietê, Mauro Cava de Britto, informou que a greve deve afetar todo o estado. De acordo com ele, as assembleias realizadas com os funcionários da categoria mostraram que os funcionários estão insatisfeitos com a proposta apresentada pelo sindicato patronal. "Fizemos assembleias no Mogilar e César de Souza e a proposta do sindicato patronal foi recusada. Esta oferta foi rechaçada em todo o estado de São Paulo. Temos uma reunião marcada com as empresas no próximo dia 15 e depois dela é que vamos decidir se entraremos em greve, mas ela já foi decretada", afirmou.
Britto afirmou que os funcionários pediram um reajuste real de 5%, mas as empresas ofereceram um percentual abaixo do valor. "Estamos pedindo o reajuste com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que está em torno de 11,28%, mais um aumento real de 5%. Mas eles propuseram que o piso salarial, que é o salário mínimo de R$ 880, seja aplicado a partir de junho e ofereceram um adicional de R$ 200. As pessoas que ganham acima disto receberiam um aumento de 6%, nos quais, 3% em 1 de junho e outros 3% em outubro. Esta proposta é um 'tapa na cara' do trabalhador", avaliou.