A surdez deliberada do homem em não desejar ouvir a voz do Deus invisível tem sido a causa de todas as tragédias do mundo desde a sua criação.
Ele criou o Universo e estabeleceu leis que o mantém em equilíbrio e harmonia; o aguçado instinto dos animais, das aves e dos peixes, tem permitido a convivência entre si, limitados na ferocidade e protegidos na fragilidade.
Ele nos criou e nos deixou o único manual aprovado, a Bíblia, que aponta o caminho da paz individual, social e mundial.
A exortação de obediência a Deus vem sempre seguida de promessa quando decidimos andar nos seus caminhos: "Eu o sustentarei com o trigo mais fino, e o saciarei com o mel que escorre da rocha" Salmo 81: 16.
Essa surdez proposital tem uma única finalidade, provar nossa autossuficiência e anular a dependência de Deus.
Recordo-me, ainda adolescente, que ao entrar no ônibus chamou-me atenção os dizeres de uma pequena placa pendendo do espelho retro visor dianteiro do motorista: "Não aceito palpite. Eu sei dar trombada sozinho".
Irresponsável naquilo que pensa e revelado por escrito para os quarenta passageiros que confiavam na sua direção.
Tem muita gente que age como esse motorista, confiando demais em si mesmo, ao dizer: "Neste caso, nem quero que Deus me ajude!"
Fico imaginando que Deus lá do céu cutuca o Arcanjo Gabriel e diz: "Olha o jeitinho desse cara que era tão confiante, e agora em desespero, está vindo falar comigo". Depois: "Você viu,Gabriel? Oração de pura lamentação. Não Me honrou e nem Me exaltou diante do meu Trono. Falou o que quis, não deu espaço para Me ouvir em espírito".
Jesus nos ensina a orar: "Ao orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai, e Ele te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais". Dialogar com Deus no refúgio secreto da oração é falar e ouvir.