O município de Arujá conta com apenas 15 agentes comunitários da Estratégia Saúde da Família para percorrer a cidade toda na fiscalização de locais com possíveis criadouros do Aedes Aegypti, mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya. O problema é que dos 42,7 mil imóveis visitados pelos profissionais, 45,16%, ou seja, quase metade, não puderam ser vistoriados por recusa de moradores ou por se encontrarem fechados.
Para evitar esse tipo de situação, Mogi das Cruzes por exemplo, criou uma lei municipal que permite a entrada forçada em imóveis fechados. E mesmo diante da situação crítica na região, a Prefeitura de Arujá afirmou que, até o momento, não existem discussões nesse sentido para que esses imóveis possam ser vistoriados.
A cidade arujaense confirmou 277 casos de dengue, segundo a administração municipal, ou seja, a cada 298 habitantes, em média, um é contaminado pelo mosquito. No entanto, esses dados são os mesmos divulgados em julho de 2015. A Secretaria Municipal de Saúde afirma que essa é a quantidade de diagnósticos confirmados na cidade e que todos são autóctones, pois os pacientes contraíram o vírus dentro do próprio município.
A pasta ainda informou que, no ano passado, foram coletadas 345 amostras durante as visitas às residências. Destas, 236 apresentaram resultado positivo para Aedes Aegypti. "Importante ressaltar que não é toda atividade que conta com a coleta de larvas. Isso é feito em pontos estratégicos, em casos de denúncia, em casas de pacientes com suspeita da doença. No casa a casa de rotina, na intensificação desse trabalho ou no bloqueio, salvo casos específicos, normalmente não há coleta", informou por meio de nota.
Porém, todo cuidado é pouco, já que 19,2 mil imóveis deixaram de ser vistoriados por recusa ou por estarem fechados.
A Prefeitura de Arujá garantiu que são realizadas ações de combate ao mosquito durante o ano inteiro. Uma delas é a Operação Bairro Limpo, que percorre os bairros às quartas-feiras recolhendo materiais passíveis de acúmulo de água que são descartados nas calçadas. Além disso, são feitas vistorias em residências e hospitais, lugares estratégicos como borracharias e pontos de grande circulação de materiais. A Secretaria de Saúde ainda trabalha com ações de orientação e distribuição de materiais informativos à população, que tem à disposição o serviço Disque-Dengue para denúncias de situação de risco. O serviço funciona de segunda a sexta-feira pelo telefone 0800-778-888.
A Secretaria de Saúde está formando o Comitê Municipal de Prevenção e Controle da Dengue, Chikungunya e Zika, em que toda a população pode participar. A inscrição vai até dia 29.