Segundo relatório anual da Credit Suisse sobre a concentração de renda em nosso planeta mostra que 1% da população mundial detém quase 50% da riqueza produzida no mundo, enquanto que 99% dividem, em partes desiguais, cerca dos 50% restantes. Uma sociedade tão desigual é viável? Quanto mais concentração de renda mais desigualdades sociais. É chocante pensar que as pessoas mais ricas do mundo aumentam suas riquezas em 668 milhões de dólares diariamente! São números assustadores.
Num planeta onde mais de 700 milhões de pessoas passam fome esses números expressam uma profunda injustiça social. Thomas Piketty, em O Capital no Século XXI, defende a intervenção do Estado como meio de regulação das atividades econômicas e da tributação, necessárias para enfrentar as desigualdades.
Há o fundamentalismo de mercado e a captura de poder pelas elites econômicas e políticas cujo interesse é manter e reforçar essa desigualdade. Empresas poderosas usam o dinheiro para corromper políticos a fim de aprovarem projetos que beneficiam seus interesses injustos e ilegais.
Há no Brasil uma mistura de cultura paternalista, machista e racista refletida nas instituições. Por exemplo, na política fiscal o nosso sistema tributário recolhe a maioria dos impostos apenas sobre o consumo, enquanto a renda e o patrimônio são menos taxados. Isso onera mais as famílias pobres, perpetuando as desigualdades que excluem milhões de pessoas que poderiam estar contribuindo para a construção de uma sociedade mais igualitária que não cause desagregação social e familiar.
A criminalidade e a violência são quatro vezes mais frequentes nas periferias densamente povoadas das grandes cidades onde os excluídos almejam, sem conseguir obter, algum bem-estar social.
A História mostra que tanto o socialismo como o capitalismo não foram capazes de nos dar um mundo menos desigual. A esperança dos verdadeiros cristãos está no reino vindouro de Cristo na terra, o Milênio, quando Ele limpará dos nossos olhos toda lágrima de sofrimento.