O Ministério Público (MP) de Mogi das Cruzes instaurou um inquérito para apurar uma possível fraude na venda de itens da merenda escolar realizada pela Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) à prefeitura de Mogi.
A possível irregularidade ganhou destaque no início deste mês quando a Justiça deflagrou em Bebedouro, no interior do Estado, uma operação que visa a desmantelar uma organização criminosa responsável por fraudar procedimentos de "chamadas públicas" para compra de itens da merenda escolar da rede pública de ensino.
Na ocasião foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em sedes de 16 prefeituras, entre elas a de Mogi das Cruzes, bem como na sede da Cooperativa Orgânica Agrícola Famíliar (Coaf). De acordo com as investigações, a empresa, que mantinha grandes contratos com diversas administrações municipais e também com o governo do Estado, liderava o esquema. A principal suspeita é de que a empresa realizava pagamento de propinas para funcionários públicos em troca da celebração dos contratos. 
No caso de Mogi das Cruzes, o contrato firmado com a Coaf prevê o fornecimento de caixinhas de suco de laranja natural de 200 mililitros para a merenda nas escolas municipais. O convênio avaliado em pouco mais de
R$ 1,5 milhão foi firmado em setembro de 2015, podendo ser prorrogado.
A reportagem entrou em contato com o advogado de defesa da cooperativa, Rogério Valverde, mas foi informada por sua secretária que "assuntos referentes a essa investigação passarão a ser discutidos a partir da semana que vem, quando a Imprensa deverá ser contatada".
A Secretaria de Assuntos Jurídicos de Mogi respondeu que ainda não foi notificada sobre o caso, porém, está à disposição do MP para disponibilizar qualquer documentação e colaborar para o esclarecimento da situação.
Nada a ver
Na última segunda-feira, o prefeito Marco Bertaiolli (PSD), comentou sobre a investigação que a Polícia Civil deflagrou para investigar a Coaf sobre irregularidades em contratos para a compra de produtos para a merenda escolar.
"É preciso deixar claro, Mogi não tem absolutamente nada a ver com o esquema de corrupção de alteração de formato de empresas que era a cooperativa, que na verdade não é cooperativa, é disfarce para poder vender como se fosse cooperativa lá em Bebedouro", ressaltou.
Na ocasião, Bertaiolli disse ainda que "a Polícia Civil e a Promotoria pediram os processos para comprovar a irregularidade cometida pelas empresas. Não existe absolutamente nada em Mogi", explicou ele.