Os vereadores da Câmara de Mogi classificaram como um retrocesso a possível volta das cédulas de papel para as eleições de 2016. Para os parlamentares, o retorno do papel colocaria em dúvida o processo eleitoral, atrasaria a apuração e propiciaria possíveis fraudes. A decisão de utilizar cédulas nas eleições municipais do próximo ano foi anunciada na segunda-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A mudança foi motivada pelo corte de recursos proposto pelo governo federal. O TSE tenta reverter a situação.
Para o presidente da Câmara, Antonio Lino (PSD), a votação em papel vai contra às evoluções que ocorreram. "Isso é um absurdo. Trata-se de uma questão que nem deveria ser discutida. Caso isso ocorra, vou me recursar a votar, pois tivemos muitos avanços nos últimos anos", disse.
O presidente do diretório municipal do PMDB, vereador Mauro Araújo, afirmou que a notícia "o deixou estarrecido".
"Não acredito e nem quero levar em consideração esta hipótese. Seria uma perda para a democracia e a sociedade brasileira. Lamentamos a crise do Brasil. Ela parece que não acaba nunca", destacou.
Já o presidente do diretório municipal do PSB, vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho, o Chico Bezerra, avaliou que o anúncio do TSE foi uma forma encontrada para evitar o corte do orçamento do Judiciário. "Não acredito que isso vai ocorrer. Já vi pelos noticiários que o governo deve voltar atrás na decisão", afirmou.
O vereador Iduigues Ferreira Martins (PT) ressaltou que a volta da eleição em cédulas de papel pode colocar em risco o processo eleitoral. "Com a votação em papel teremos dificuldade na fiscalização, lentidão de apuração e o risco de fraude será muito maior. Isso é um retrocesso", disse.
Caio Cunha (PV) afirmou que o anuncio é o "retrato do desgoverno e da crise econômica e política do Brasil". O vereador Olimpio Tomiyama (PSC) informou que a eleição com cédula vai dificultar a apuração. "Com o voto eletrônico, o candidato sabe se obteve a vitória ou não em poucas horas", argumentou.