O verão está se aproximando (começa exatamente a 1h48 do dia 22 de dezembro) e, em ano de El Niño, as atenções às previsões climáticas estão redobradas. Segundo o meteorologista Eric Leister, do site internacional especializado AccuWeather, o fênomeno - que é um dos mais fortes de todos os tempos - é o principal fator de clima observado na América do Sul, uma vez que poderia trazer chuvas frequentes e causar cheias em partes do Brasil, Argentina e Uruguai neste verão.
"Frequentes sistemas de tempestades têm resultado em vários episódios de enchentes em regiões importantes da Argentina, Uruguai e sul do Brasil durante os meses da primavera e este deve ser o padrão predominante durante todo o verão. O volume acumulado de chuvas superaram em 100 a 250% o volume normal para o período de agosto até o meio de outubro e número similares são esperados para os próximos meses", diz Leister. E essas chuvas fortes a que se referiu o especialista foram registradas em São Paulo e Rio de Janeiro - e na última quarta-feira em Buenos Aires, o que adiou em um dia o jogo entre Argentina e Brasil - pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.
Para o Alto Tietê - região que tem Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Santa Isabel, Guararema, Biritiba Mirim e Salesópolis - os dados ainda não são precisos. Recentemente, a região ficou praticamente uma semana com tempo nublado e com chuvas - o que não acontecia há praticamente dois anos. Este ano, de acordo com meteorologistas, voltou a "aparecer" a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul - que é uma faixa de nuvens carregadas desde o Amazonas até o Sudeste, sobre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nos dois anos anteriores, essa Zona não apareceu e o que vimos foi muito calor e pouca chuva - o que ajudou a "esvaziar" as represas do Sistema Alto Tietê (Spat) e também o Sistema Cantareira. 
De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), os maiores totais acumulados de chuva concentram-se principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e extremo sul do Amazonas com valores médios superiores a 600 mm. Estas chuvas podem estar associadas à passagem de sistemas frontais e à formação do sistema meteorológico conhecido por Zona de Convergência do Atlântico Sul, cuja principal característica é a ocorrência de chuvas por vários dias, resultando em enchentes e deslizamentos de terra.