A Prefeitura de Poá suspendeu a licitação para a escolha da Organização de Saúde (OS) que irá administrar o Hospital Municipal Dr. Guido Guida, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps II) e alguns serviços de duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade no último sábado. A Comissão de Saúde da Câmara encaminhará um requerimento questionando o prefeito Marcos Borges (PPS) sobre os motivos que levaram a administração a tomar essa medida.
A terceirização dos serviços estava sendo questionada pelos vereadores, que cobraram explicações mais detalhadas sobre o assunto. "Até a discussão do assunto na audiência da LOA (Lei Orçamentária Anual) e depois em uma reunião com o secretário de Saúde (Marco Antonio Izzo), nós não tínhamos qualquer informação sobre essa terceirização. E até agora, pelo que nos foi apresentado, só temos dados superficiais", relatou o presidente da comissão, Ricardo Massa (PP).
Segundo ele, o Legislativo ainda não recebeu uma explicação convincente que justifique repassar a administração do hospital e demais serviços para uma OS. "Vamos mandar ainda nesta semana o requerimento e aguardar uma resposta para só depois resolver o que será feito. A princípio a comissão é contra essa terceirização, mas estamos abertos para ouvir o que a prefeitura tem a dizer", completou.
Durante sessão realizada na semana passada, os vereadores utilizaram a tribuna para cobrar a realização de audiências públicas para apresentação do assunto e discussão dos benefícios do novo modelo de administração. "Se trata de uma licitação grande e importante e que precisa ser apresentada da melhor forma possível".
A equipe de reportagem do Dat questionou a prefeitura sobre o motivo de ter suspendido a licitação que ocorreria nos próximos dias, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.
Explicação
Durante reunião realizada há dois meses com o Conselho Municipal de Saúde, o secretário de Saúde de Poá afirmou que o objetivo da administração em terceirizar a administração do hospital é economizar recursos e concentrar esforços e investimentos na atenção básica. Na ocasião, o secretário apresentou um balanço dos gastos mensais para manutenção da unidade. "Hoje, o custo anual do hospital é R$ 43,1 milhões, o que representa 54% do Orçamento total destinado à saúde. É muito alto. O teto máximo que estamos trabalhando para pagar a OS é de R$ 2,7 milhões por mês", explicou.