A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) de Mogi das Cruzes suspendeu o atendimento de pacientes de Suzano e Itaquaquecetuba. Conforme o Dat apurou, as duas cidades não colaboram financeiramente com a unidade, que hoje passa por dificuldades.
A reclamação sobre a paralisação dos atendimentos para os pacientes das duas cidades surgiu nas redes sociais, onde algumas mães relataram a falta do serviço após seus filhos aguardarem por mais de dois anos na fila de espera para iniciar o tratamento.
A reportagem apurou que cerca de 50% dos pacientes atendidos pela unidade não são mogianos, mas sim moradores de outras cidades do Alto Tietê. No entanto, apenas Mogi, Guararema e Poá disponibilizam recursos para que a entidade possa manter o atendimento.
Questionada pelo Dat, a Prefeitura de Itaquá informou que "entende a necessidade da entidade que presta um brilhante serviço às crianças com deficiência da região", mas o que impede uma ajuda financeira são "as dívidas exorbitantes herdadas, agravadas pela crise instalada no País e pelo baixíssimo Orçamento do município". A administração reforçou ainda que a cidade "encontra-se em situação financeira muito difícil, e seria necessário um estudo para saber da viabilidade da ajuda financeira e, havendo a possibilidade, de quanto a municipalidade poderia dispor".
A Prefeitura de Suzano informou que lamenta a situação da entidade e que também enfrenta sérios problemas de arrecadação e de recebimento de repasses. "Todavia, sabemos que a AACD tem o grosso do seu orçamento oriundo do Sistema Único de Saúde (SUS). Sendo assim, não acreditamos que seja juridicamente correto negar atendimento a portadores de necessidades especiais por causa do CEP, por serem moradores de uma ou outra cidade", rebateu o Executivo, por meio de nota.
A administração municipal complementou ainda que, por ser a AACD uma entidade que presta serviços essenciais, tem "certeza de que a população de Suzano e de outras cidades vizinhas não serão prejudicadas". Já a AACD deve se manifestar hoje sobre a suspensão dos serviços para as duas cidades.
Estrutura
Localizada na Vila Suíssa, num terreno de 5.298 m² e com 1.028 m² de área construída, a AACD conta com 22 salas de atendimento, além de espaços de convivência, administrativo e de apoio. Entre as especialidades atendidas no local estão: Paralisia Cerebral, Lesão Medular, Lesão Encefálica Adquirida Infantil e Adulto, Mielomeningocele, Má-Formação Congênita, Amputados, Doenças Neuromusculares e Poliomielite.