Cansados de esperar uma ação da Prefeitura de Suzano, os moradores da rua Plínio Gobbo, na Vila Helena, na região do Raffo, construíram por conta própria três lombadas na via. A medida, segundo eles, visa impedir o trânsito de alta velocidade de carros e motocicletas no local. A população afirma ainda que a instalação do redutor é cobrada há mais de quatro anos.
"Estamos pedindo essa lombada há muito tempo. Foi feito, inclusive, um abaixo assinado. Tem muito menor de idade dirigindo motos e carros aqui na vila e não existe fiscalização nenhuma. Eles estão sempre em alta velocidade e o risco de atropelamento é muito grande", detalhou o caminhoneiro José Ferreira, que reside na via.
Segundo ele, os vizinhos se uniram e construíram as lombadas. "Os que participaram ajudaram como o que foi possível, com cimento, pedra e areia. Sabemos que não pode ser feito assim, mas agora acabou a pista de corrida que nós tínhamos aqui, principalmente nos finais de semana".
Para o eletricista Valdir dos Reis Santos, a população está ajudando para evitar que crimes mais sérios aconteçam. "Se um motorista embriagado ou menor de idade atropela alguém, aí pode acontecer até um linchamento aqui. Nós só queremos ter sossego e poder caminhar pelas calçadas aqui sem risco", completou o homem, que vive no bairro há mais de 20 anos.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a "implantação de ondulações transversais e sonorizadores nas vias públicas dependerá de autorização expressa da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via, podendo ser colocadas após estudo de outras alternativas de engenharia de tráfego". O documento estabelece ainda que as lombadas "devem ser utilizadas em locais onde se pretenda reduzir a velocidade do veículo, de forma imperativa, principalmente naqueles onde há grande movimentação de pedestres", sendo que as mesmas devem seguir uma medida padrão já estipulada para sua instalação.
Segurança
Os moradores da Vila Helena cobraram do Poder Público também mais segurança. Segundo eles, os casos de roubos a pedestres e veículos estão cada vez mais comum. "A polícia raramente passa aqui. Estamos abandonados, esquecidos pelos governantes", acrescentou Santos.
O Dat questionou a prefeitura sobre a instalação do redutor de velocidade e sobre ações que garantam mais segurança no bairro, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.