Quatro dias após invadirem um conjunto habitacional inacabado no Residencial Nova América, bairro do distrito de Palmeiras, em Suzano, as famílias que ocupam o local já possuem energia elétrica em todos as unidades por meio de "gatos" feitos em todo a área.
Sem serem procurados pela Caixa Econômica Federal ou pela administração municipal, os invasores afirmam que estão abertos para negociar o pagamento dos 360 apartamentos.
A invasão foi organizado pela Associação Esperança da Paz. Segundo o presidente da entidade, Cosme Aleixo da Silva, famílias da região de Palmeiras, da Vila Cunha, do Jardim Varan, do Jardim Ikeda, do Jardim Gardênia, entre outros bairros, participaram da ação e ocuparam os apartamentos.
"Estão todos aqui organizando suas casas, fazendo suas mudanças. As unidades já tem energia elétrica e água por enquanto só nas torneiras aqui da área comum, não conseguirmos levar até os apartamentos ainda", detalhou o presidente da entidade. Segundo ele, a associação não foi procurada por ninguém até o momento. "Nós estamos esperando um contato, porque estamos abertos para um diálogo. Essas famílias são cadastradas na Prefeitura de Suzano e precisam de uma moradia, elas querem pagar por isso", completou.
Reintegração
A Caixa informou ontem que vai solicitar na Justiça a reintegração de posse dos empreendimentos para garantir que as famílias realmente beneficiárias tenham direito às moradias.
A instituição esclareceu ainda que as unidades estão com mais de 80% das obras concluídas e tiveram seus trabalhos interrompidos em razão de dificuldade financeira da construtora responsável. O banco já iniciou o processo de substituição por outra empreiteira para conclusão dos empreendimentos.
A Prefeitura de Suzano, por sua vez, afirmou que o assunto deve ser tratado somente com a instituição financeira.
Invasão
Mais de 300 famílias invadiram na madrugada da última sexta-feira o empreendimento no Residencial Nova América. Conforme o Dat apurou, a obra estava paralisada e somente uma equipe de segurança era mantida no local.
A invasão, anunciada em vários bairros e até por meio de WhatsApp, teve início às 3h30 da manhã. Segundo relatos, dois seguranças estavam trabalhando no empreendimento quando as famílias chegaram, apesar disso não houve resistência. A Polícia Militar foi chamada, mas quando chegou ao local as unidades já estavam ocupadas, e por isso apenas acompanhou a movimentação das pessoas.