Para o sociólogo Afonso Pola, a raiz de tudo isso pode estar ligada de uma maneira mais profunda à sociedade, oriundo de outras épocas, quando todo o sistema apontava para a separação de tarefas. “O homem era educado para ter privilégios, enquanto a mulher tinha que ser submissa. Hoje elas têm mais instrução do que o homem e está presente de forma maciça no mercado de trabalho”.
Questionado se essa violência pode ser uma 'reposta' machista à evolução da mulher, o sociólogo diz que isso ainda não pode ser afirmado. “Não sei se podemos colocar dessa forma. Lá atrás era o homem que tinha poder de mando, e a mulher começou a mudar isso. Parte dos homens acompanharam, tanto é que existe famílias em que o homem ajuda nos afazeres domésticos. Então de certa forma o homem mudou também, para melhor”.
O fato é que ainda há muito o que fazer. Pola explica que não é possível prever quando a sociedade entenderá de uma vez por todas que ambos os gêneros são iguais, mas aposta no caminho sem volta da mudança. “Uma ampla discussão geral vai contribuir, além de campanhas e, é claro, a mudança de comportamento dos homens”, finalizou. (F.M.)