Na edição do último domingo, o grupo Mogi News publicou que os meteorologistas ainda não tinham a noção exata de como seria o sistema de chuvas no verão na região Sudeste, onde estão os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Pois bem: essa dúvida não existe mais. Dois estudos, um mundial e um nacional, explicam o que vem por aí. A previsão para a temporada mais quente do ano é que a intensidade extrema do fenômeno El Niño, que já atua desde julho, aumentará em 20% as tempestades de verão no Sul e no Sudeste e 10% no Centro-Oeste. E quando se fala em tempestades, significa o "pacote completo": chuva forte, vendavais, raios, trovoadas e a queda de granizo.
Estudo inédito do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado nesta terça-feira, mostra que a intensidade do El Niño mudou a dinâmica dos temporais. E de acordo com as informações divulgadas um dia antes pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), o fenômeno climático deve ser o mais forte já registrado. O resultado disso é um aumento na intensidade das tempestades no Sul e no Sudeste do País, em relação a média histórica dos últimos 65 anos.
Segundo o Inpe, este ano o El Niño aumentou em mais de 2 graus a temperatura do Oceano Pacífico. Com isso, a zona de temporais provocados pelo fenômeno se estendeu do Sul para o Sudeste, atingindo também parte do Centro-Oeste. "A falta de água que atingiu o Sudeste nos últimos dois anos, com essa expectativa de chuvas, deve se amenizar", diz Osmar Pinto Júnior, que é coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto (ELAT) do Inpe. Isso significa chuvas acima da média histórica em dezembro e janeiro. 
"Para o verão de 2015/2016, sujeito a um evento El Niño muito forte - o atual deve ser o terceiro mais forte desde 1950 depois dos eventos de 1983 e 1998", explica o especialista.
Diante desse estudo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) está confiante e acredita que o Sistema Cantareira deve sair do volume morto no fim de abril. As chances dessa expectativa virar realidade é de 97,6%. Na terça-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) antecipou a previsão. Para ele, já em fevereiro o Cantareira deve sair do volume morto.
Ainda segundo o coordenador do ELAT, já se sabia que nos anos de El Niño a tendência é que a quantidade de raios e tempestades aumente no Sul e diminua no Nordeste e Norte. "Mas o Sudeste é uma área de transição, o que dificulta fazer qualquer previsão".
Com as novas descobertas, a previsão dos cientistas é que no Verão de 2015-2016 o clima no Sudeste se comportará como no Sul do Brasil em outros anos de El Niño.
Represas
Após a chuvarada da noite de terça-feira - que atingiu 25,4 milímetros, o nível das cinco represas do Sistema Alto Tietê (Spat) voltou a subir e chegou aos 15,%. Desde o dia 1º e até ontem, dia 18, choveu sobre o Sistema 125,4 milímetros. Como o recorde histórico para novembro é de 128,9 milímetros, faltam exatamente 3,5 milímetros para atingir esse total.