Não foi com uma pancada do Chaves nem com uma artimanha do Seu Madruga para não pagar aluguel que o Senhor Barriga foi recebido ontem em Suzano. Vestido de terno e gravata, carregando sua tradicional pasta e cercado por vários seguranças, o ator Edgar Vivar pôde sentir o carinho e a admiração do público brasileiro que crescem a cada vez que aporta por aqui.
Eram centenas de fãs efusivos aglomerados na entrada principal do Suzano Shopping, muitos deles caracterizados como os eternos personagens, que tentavam vê-lo mais de perto, para registrar a melhor foto e o melhor vídeo. Muitos nem mesmo tinham nascido quando o seriado fez sucesso no País, em meados da década de 1980. Estavam ali para ver a "Vila do Chaves" - em exposição até hoje -, montada no local em comemoração pelos 15 anos do centro de compras, mas ontem havia algo de muito especial.
"Mas é só
qualquer coisa"
O motivo da presença de Edgar Vivar era o lançamento do aplicativo para celular e tablet "Desafio Chaves - Acapulco", com diversas atividades para crianças (disponível para IOS e Android e pode ser adquirido na Apple e Google Store). Mas o que o público que compareceu ao shopping queria era ver uma figura quase mítica da televisão que até hoje arranca risadas em episódios reprisados ao longo de 31 anos pelo SBT.
"Geração após geração e são muitos os apaixonados pelo Chaves. Acho que é porque se trata de um seriado brando. O objetivo é só divertir, sem duplo sentido, sem más palavras", resumiu Senhor Barriga, digo, Edgar Vivar. "Acho que todo mundo conhece um Chaves, um Quico, alguém que não paga o aluguel, uma senhora que tem um carinho muito grande e protetor pelo filho. São todos os lados da vida, todo tipo de pessoa."
Um dos remanescentes do elenco do seriado criado por Roberto Gómez Bolaños que ainda aparecem vestidos como seus personagens - os outros são Maria Antonieta de Las Nieves, intérprete da Chiquinha, e Carlos Villagrán, o Quico -, Edgar Vivar foi Zenon Barriga e Pesado, ou, simplesmente, Senhor Barriga, proprietário da vila onde moram a maior parte dos personagens; o filho dele, Nhonho, uma criança que, vira e mexe, convive com as figuras no cortiço; e também diversos personagens de outro seriado, transmitido pela emissora de Silvio Santos, "Chapolin", o herói do Terceiro Mundo.