Em seu espetacular "Veias Abertas da América Latina "bíblia" do apaixonado por esse pedaço de terra esquecido, Eduardo Galeano resume o drama de Potosi: centro de riquezas boliviano, que, esbulhado por estrangeiros, principalmente ingleses e espanhóis, se transformou em pequena vila, escondida entre as montanhas, vivendo do turismo propiciado pelos ecos do passado, e de algumas minas, tão rudimentares, que a idade estimada dos que nelas trabalham beira os 40 anos.
Embora isso, no entanto, quando os esbulhadores de sempre acenam com esmolas, são tidos como grandes beneméritos.
Pano rápido.
Como já se escreveu neste espaço, sedentos por obterem os lucros provenientes do comércio das armas, as grandes potências fomentam guerras fraticidas, promovem a morte por atacado.
Quando, "num gesto de grandeza" oferecem abrigos aos desterrados por tais conflitos, apaziguam a grita mundial, posam de "bonzinhos".
Cortinas, novamente.
Dia desses, pelo rádio, ouvi um dos especialistas no tormentoso assunto, explicando que, devido ao desvio feito pelo governo estadual para beneficiar outros setores, o Alto Tiete, antes dono de manancial fértil, tornou-se a região mais atingida pela crise da água.
Preocupado em manter a mentira contada durante a campanha á reeleição o Chefe do Executivo reduziu nossa região à miserabilidade hídrica.
Quando assina protocolo, através do qual nos devolve quirelas, que não vai, obviamente, resolver a questão, o faz com tapetes vermelhos, beija-mãos, pompas e circunstâncias.
Políticos regionais (para minha decepção, inclusive o combativo deputado Gondim), como sempre, sorridentes e preocupados com a foto, aplaudem-lhe o ato.
Adepto da política do "morde e assopra"; dono do "tudo vale na busca do poder', Alckmin, mais uma vez engoda e é parabenizado.
Senhores políticos, deixem de farsas! Lembrem-se que foram eleitos por nós, e que, respeito é bom e gostamos!