Itaquaquecetuba é a primeira cidade em todo o Estado de São Paulo em incidência de raios, segundo informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O município registra por ano, em média, uma densidade de descarga atmosférica que preencheria 13,13 quilômetros quadrados. Em todo o Brasil, Itaquá ocupa a 153ª colocação. Para se ter uma ideia da diferença, a cidade de Porto Real (RJ), primeira colocada em todo o País, recebe uma descarga de 19,66 quilômetros quadrados por ano. O instituto calcula a quantidade de raios caídos por quilômetro quadrado
Itaquá não é a única cidade da região que figura na lista das que mais recebem descargas atmosféricas. De acordo com o ranking do Inpe que aponta os dez municípios que mais recebem essas descargas, Itaquá ainda tem a companhia de Ferraz de Vasconcelos, Poá e Arujá.
O levantamento aponta que Ferraz ocupa a terceira colocação, com uma densidade de descarga de 12,23 quilômetros quadrados. Em âmbito nacional, a cidade ocupa a 266ª posição. Poá, surge em sexto lugar em São Paulo e no 305º em todo o Brasil. Fecha a lista das dez mais Arujá, em 8º lugar no Estado e 332º entre os mais de 5 mil municípios brasileiros.
Segundo o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, Osmar Pinto Júnior, existe uma explicação para que tantos raios caiam na região: "A urbanização da Grande São Paulo favorece a formação de raios". O coordenador ainda disse que "quanto maior a incidência de descargas, maior é a chance de ser atingido por elas".
Questionado pela reportagem se seria possível armazenar energia, uma vez que há uma grande quantidade de raios caindo na região, Osmar Pinto Júnior destacou que não existe tecnologia para que esse procedimento seja realizado. "Não é possível por três motivos. Primeiro, a energia do raio é relativamente baixa. Embora tenha uma potência enorme, ele é transferido em apenas alguns poucos milissegundos. Segundo, a captação do raio é extremamente complicada. O ponto de contato é impossível de ser previsto. E terceiro, energia elétrica não se armazena. É preciso transformá-la em outro tipo de energia. A mais comum é a bateria, que armazena energia química"
O coordenador reafirma que pela descarga ocorrer em um tempo tão curto, não existem baterias capazes de armazenar essa energia. "Não existe hoje tecnologia de baterias que permita uma carga tão rápida. Além disso, as perdas seriam tão grandes que não sobraria nada para armazenar", finalizou.
Outras seis
Fora do ranking que engloba apenas as dez cidades paulistas em incidência de raio, aparecem também outras cidades da região. Guararema está na 15ª colocação em todo o Estado, seguida por Suzano (32ª), Santa Isabel (41ª), Salesópolis (42ª), Mogi das Cruzes (44ª) e Biritiba Mirim (73ª).