Levando em conta os números desde o começo do ano, o Centro das Industrias do Estado de São Paulo (Ciesp) já contabiliza 3.550 locais de trabalhos exterminados. Aproximadamente 350 postos de trabalhos foram extintos nas cidades que fazem parte do Alto Tietê, segundo levantamento do Ciesp, com base em setembro. A entidade revelou que este é o oitavo mês do ano em que o trabalho na indústria regional apresenta retrocesso. 
No acumulado dos 12 meses já são mais de 4.200 demissões. Vale lembrar que o Ciesp do Alto Tietê engloba oito cidades da região, deixando de fora os municípios de Arujá e Santa Isabel, que fazem parte da diretoria de Guarulhos e, portanto, não aparecem no levantamento.
Em contato com a reportagem, a entidade revelou que os setores de metalurgia, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, produtos químicos e produtos minerais não-metálicos foram os grandes responsáveis pelo número de demissões.
Para o diretor do Ciesp Alto Tietê, Francisco José Caseiro, o número de vagas perdidas desacelerou em relação aos meses anteriores, em agosto foram 750, por exemplo, ainda assim o atual momento é critico.
"Tivemos em setembro uma leve redução na queda do nível de emprego se comparado com os meses anteriores, mas as indústrias continuam fechando postos de trabalho num reflexo direto do desaquecimento da economia nacional. O saldo dos últimos 12 meses é extremamente preocupante, pois estamos falando de mais de quatro mil trabalhadores que perderam o emprego".
Sem saída
Caseiro ainda destacou que, a pior parte desse cenário é não enxergar uma saída para a indústria de transformação do Alto Tietê. "Mais grave do que isso é a falta de perspectivas de melhora, pelo contrário, só temos projeções de piora. As empresas maiores, que ainda tem uma reserva, estão fazendo acordos para lay-off numa tentativa de manter os empregados, porém, para as menores não há muitas opções. A tendência é de mais demissões até o final do ano", acrescentou.
Quando o quadro de demissões é ampliado para todo o Estado, o Ciesp revela que foram 138 mil demissões neste ano. "Ao completarmos esse ano, podemos dizer que será o pior ano da história, que vem desde 2006". afirmou o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), Paulo Francini, setor que labora a Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, divulgada pela Ciesp.