As Casas Lotéricas de Mogi das Cruzes já registram um movimento maior de clientes por causa da paralisação nas agências bancárias.
De acordo com o delegado sindical das lotéricas do Alto Tietê, Roberto Pirani, o número de pessoas que busca as unidades para pagar contas está acima do normal e deve crescer nos próximos dias, caso a greve não chegue ao fim.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, Francisco Cândido, informou que todos os bancos da cidade estão de portas fechadas. Em Suzano, Poá, Biritiba Mirim e Salesópolis apenas os bancos públicos aderiram à greve. Das 76 agências da região, 52 estão fechadas.
Pirani esclareceu que somente a partir de ontem é que os donos de lotéricas poderão saber quanto do movimento foi afetado pela paralisação dos bancários. "Nesta quarta-feira foi o quinto dia útil e realmente é uma data bem movimentada nas lotéricas, mas já ficou um pouco acima do normal. Hoje (ontem), já era para ter menos pessoas. No entanto, o movimento ainda continua grande e não conseguimos parar de atender durante toda a manhã. Só a partir de agora é que teremos noção do aumento de clientes por causa da greve", acrescentou.
A expectativa é que o movimento nas lotéricas cresça na próxima semana, caso a greve não chegue ao fim. "Depois do feriado do dia 12, teremos o vencimento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e as pessoas devem procurar as lotéricas para fazer os pagamentos. Mesmo com os dias mais cheios, os clientes não demoram mais que 15 minutos para fazer os pagamentos e ainda não sentimos mudança no volume de jogos. O prêmio é de R$ 7 milhões, o que não motiva as pessoas a jogarem. Quando o valor é de R$ 50 ou R$ 60 milhões, os clientes acabam pegando o troco da conta para apostar", avaliou o delegado sindical.
Já Cândido, presidente do sindicato dos bancários, informou que ainda não houve nenhuma proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sobre as reivindicações dos bancários. "A greve continuará por tempo indeterminado. A previsão é que as agências que ainda não aderiram à greve também paralisem o atendimento nos próximos dias", destacou.
Entre os pedidos, os bancários solicitam um reajuste salarial de 16%.
Clientes
O auxiliar-técnico administrativo Douglas Gomes da Silva, de 21 anos, reclamou da greve. "Normalmente faço os pagamentos nos bancos, mas agora tenho que vir à lotérica. Os bancários têm motivo para entrar em greve, mas eles deviam pensar um pouco na população também, pois sempre nós é que pagamos o pato", disse.
O aposentado Antonio Pereira Xavier, 69, afirmou que sentiu um aumento nas filas. "Na minha vida a greve não afeta tanto, mas atrapalha muitas pessoas. Minha esposa, por exemplo, não conseguiu receber o salário por causa da paralisação", contou.