Sessenta batalhões do Exército se mobilizaram! Equipes do serviço de inteligência da Polícia Federal, não menos aparatadas, estiveram em serviço! Detectores de metais, e outros petrechos, foram instalados em locais os mais diversos!
Aos desavisados que pensam que me refiro a um conflito armado com alguns dos mambembes exércitos da região, ou, quem sabe, em dimensões menores, a um combate com hordas de traficantes, ou, ainda, a um atrito entre torcedores, o primeiro, situação, evidentemente anedótica, e os demais, cartões postais do Brasil de hoje, erraram redondamente!
Os opositores são ainda mais perigosos e aguerridos: candidatos ao Enem, que, armados de canetas, lápis e borrachas, colocam em perigo a segurança nacional.
Ah! é verdade, entre eles existem aqueles que, ou guiados pelo exemplo que vem de cima, ou carentes de berço moralmente sadio, mostram-se especializados em fraudar os vestibulares.
Contra eles, a fabulosa máquina bélica e os recursos que deveriam ser empregados em causas mais úteis, como, por exemplo, a prevenção ao tráfico, quer de drogas, quer de armas, quando não à latente corrupção que nos apequena no concerto das nações.
O chefe maior, o senhor Aloízio Mercadante, mostrando para o que veio quando assumiu o Ministério da Educação, mostrou-se "brabo", vociferando, aludindo aos colegiais, perante os seus comandados, a plenos pulmões: "Tentem (fraudar) e serão pegos. E pagarão pelo que fizerem. (...) o exame tem de respeitar o mérito."
Nada a opor a sua excelência, não tivesse ele, recentemente, deixado os meandros do Alvorada, onde o "toma lá da cá", os conchavos espúrios, são constantes. Ali, realmente, o mérito nada vale. As fraudes mostraram-se corriqueiras, acontecendo sob as barbas de uns, ou os pedais das bicicletas de outros.
Não se mobilizou, nessas ocasiões, sequer o pequeno aparato de guardas presidenciais para caçar os ratos palacianos.
Pátria educadora? Pátria despudorada!