Depois de 21 dias de greve, os Sindicato dos Bancários em todo o País decidiram, em assembleias realizadas em vários pontos do Brasil, dar por encerrada a campanha salarial de 2015. Em acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a categoria irá receber um reajuste salarial de 10%, incluindo ai 0,11% de aumento real, e correção de benefícios como vale-refeição e vale-alimentação, em 14%.
O presidente do Sindicato de Mogi das Cruzes e Região, Francisco Carlos Candido, conversou por telefone com a reportagem no exato momento em que a greve havia terminado. Ele garantiu que todos os bancos irão funcionar normalmente, já a partir de hoje. "Acabou agora nossa assembleia e decidimos encerrar a campanha desse ano. Amanhã (hoje), os bancos privados e os bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, voltam ao trabalho".
Candido ainda destacou que a reunião que decidiu pelo fim do movimento foi tranquila. "Teve alguns bancários mais exaltados, mas posso garantir que 80% dos representantes da categoria que estiveram presentes em nossa assembleia aceitaram a proposta. A greve acabou", sintetizou.
Caminho difícil
Foram necessárias três negociações para que os funcionários das agências bancarias decretassem o fim da greve. Desde o início, a categoria pedia reajuste de 16% nos salários, sendo que 5,7% seria de aumento real. A contraproposta oferecida pelos bancos, antes mesmo de a greve começar, era de um reajuste de 5,5%, mais o pagamento de abono de R$ 2,5 mil. A proposta foi rejeitada de imediato e o movimento grevista teve início no dia 6.
Na semana passada os bancos mudaram a oferta e decidiram por reajuste de 7,5%, desta vez sem o abono salarial. Na ocasião, o sindicato regional chegou a classificar a proposta de "descabida".
A reunião entre os patrões e empregados que decretou o fim da greve, além de oferecer o aumento de 10%, mais o reajuste de 14% em outros benefícios, garantiu a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com um valor fixo de R$ 2,02 mil, mais 90% do salário fixo.