A dirigente regional de ensino de Mogi das Cruzes, Rosania Morales Morrone, garantiu, em entrevista na tarde de ontem, que a qualidade do ensino estadual oferecido na cidade não será prejudicada com a reorganização. Segundo ela, o município conta hoje com 197 salas ociosas apenas no período diurno e mesmo com as mudanças anunciadas pela Secretaria de Estado da Educação, ainda haverá classes vazias. No período noturno, são 500 salas ociosas atualmente.
Ela explicou que apesar do descontentamento com a medida que transformará 12 escolas em ciclo único e passará quatro prédios, que antes eram escolas estaduais, para a rede municipal, os pais dos estudantes terão o direito de escolha sobre qual unidade educacional matricular os filhos no próximo ano.
Rosania destacou que as escolas têm a "obrigação de repassar todas as informações para os pais para não provocar tumulto". Ela ressaltou que a questão da natalidade foi levada em consideração no momento em que os estudos para a reorganização estavam sendo realizados. "A natalidade diminuiu, por isso temos muitas salas ociosas. E nenhuma escola será fechada", afirmou. A escola Professora Iracema Brasil de Siqueira, na Ponte Grande, terá quatro salas ociosas em 2016, mesmo com as readequações, segundo informações da dirigente.
Ela  lembrou que apenas uma escola estadual, na Vila da Prata, tem 94 alunos e estava a ponto de fechar, devido à pouca demanda. "Os estudos que fizemos foram bem coerentes. Temos dados substanciais. Nos últimos dois anos, inclusive, Mogi perdeu 3 mil alunos da rede estadual. E, mesmo com a reorganização, continuaremos a ter salas sem estudantes", explicou.
O aluno obrigado a deixar a escola que passará a ter ciclo único ou será transferida para o município poderá escolher onde estudar em 2016. "Os pais ou responsáveis podem procurar o setor de matrículas da Diretoria de Ensino para que as reivindicações sejam atendidas", disse. "Estamos atentos a tudo, inclusive a questão do transporte e da humanização. O objetivo é deixar os alunos confortáveis, mas, é claro que mudanças geram um desconforto, porém, é uma questão de adaptação", avaliou.
Com relação à transferência dos estudantes da escola Professor Firmino Ladeira, no Mogi Moderno, a dirigente de ensino explicou que não serão todos os alunos transferidos para a escola Professor Enedina Gomes de Freitas, no Jardim Camila, como os pais e professores afirmaram ontem ao Mogi News. "O que acontece é que a escola Enedina será disponibilizada para estes alunos. Isso não significa que todos serão realocados lá", explicou. Ontem, estudantes voltaram a protestar contra a saída do prédio da rede estadual de ensino na Firmino Ladeira.
A partir da reorganização, a escola estadual Professora Irene Caporali de Souza, no Conjunto Residencial Nova Bertioga, passará a atender, em período integral, o 1º, 2º e 3º anos. "Será uma escola completa com disciplinas diferenciadas", adiantou Rosania.
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, as quatro escolas de Mogi que deixarão de atender os alunos da rede estadual são: Doutor Arlindo Aquino de Oliveira, na Vila Moraes; Professora Iracema Brasil de Siqueira, na Ponte Grande; Professora Sueli Oliveira Silva Martins, no Parque Morumbi; e Professor Firmino Ladeira, Mogi Moderno.