Dados do último balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) apontam que, entre janeiro e julho deste ano, 221 casos de estupro foram registrados no Alto Tietê. No mesmo período de 2014, 247 incidências foram notificadas. Já ao longo de todo o ano passado, 421 estupros foram contabilizados.
O maior número de casos foi registrado em Itaquaquecetuba, sendo 46 no total. Na sequência aparece Suzano, com 42 ocorrências. Já a terceira posição do ranking é ocupada por Ferraz de Vasconcelos, onde 32 estupros foram consumados. Mogi das Cruzes, por sua vez, aparece em seguida, com 32 registros.
Na avaliação da delegada Valene de Souza Bezerra, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Mogi das Cruzes, as estatísticas não condizem exatamente com a realidade. Isso porque os números são contabilizados com base nos boletins de ocorrência registrados e não nos casos consumados propriamente. "A ocorrência de estupro, aquele clássico mesmo, diminuiu bastante. O que ocorre é que o chamado estupro de vulnerável, que envolve menores de idade até 14 anos, ele exige o boletim de ocorrência, mesmo quando se trata apenas de uma suspeita, porque a criança chegou em casa com alguma vermelhidão no órgão genital, por exemplo. Além disso, o que temos visto com frequência são casos de meninas, na maioria das vezes menores de idade, que acabam indo para a balada, dormem fora de casa e , por medo, acabam dizendo que foram abusadas e registram a ocorrência", disse.
Apesar dos dados revelarem uma queda na incidência desse tipo de crime, casos de estupro costumam chocar a população. Esta semana dois casos registrados no município de Suzano, e que ainda não constam nas estatísticas, deixaram os munícipes em alerta.
No primeiro deles, ocorrido por volta das 21h30 de sábado, na Vila Mazza, uma recepcionista de 18 anos foi violentada após um assalto. O namorado da vítima, um estudante, 22, que também foi vítima do roubo, permaneceu trancado dentro do porta-malas do carro, enquanto o criminoso abusava sexualmente de sua companheira.
Já no segundo caso, ocorrido na última segunda-feira, uma outra jovem de 18 anos foi estuprada por um homem que invadiu sua residência no Jardim Margarete. Antes de abusar da mulher, o criminoso esquentou uma colher no fogo e utilizou o objeto para queimar várias partes do corpo da vítima.