A situação se complicou nesta semana para os segurados que dependem do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) quando os médicos peritos também aderiram a greve. Ainda não há previsão para o fim da paralisação. Os profissionais reivindicam restruturação da carreira, recomposição salarial e melhores condições de trabalho.
No Alto Tietê, apenas os peritos da agência de Suzano aderiram à greve, porém, os serviços foram paralisados parcialmente. A reportagem do Dat esteve no local e, segundo informações dos segurados que saíam do atendimento, os funcionários realizavam uma triagem para atender apenas os casos mais graves, já que não havia a presença de todos os médicos para prestar o atendimento. Os que não eram considerados relevantes foram reagendados para o mês seguinte.
Segundo o balanço da greve, divulgado pela Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), na última terça-feira, das 29,5 mil perícias agendadas para o dia, apenas 12,6 mil foram realizadas, pois 69,89% dos peritos do INSS aderiram à paralisação, que teve início na segunda-feira.
A doméstica Olinda Barros, de 62 anos, precisou passar por uma consulta no perito que estava agendada para ontem, em Suzano, mas por pouco ela não conseguiu atendimento, segundo informou o filho dela que a acompanhava. "Eles estão fazendo uma triagem e remarcando os casos que eles consideram menos importantes. Quase que não conseguimos ser atendidos", contou Gustavo Barros. "Eu tenho um problema na coluna e não aguento mais trabalhar. Preciso do benefício", disse Olinda. O jardineiro José Alves de Freitas, 62, já não teve a mesma sorte que a doméstica e não conseguiu ser atendido pelos peritos. "Estou com o laudo médico e não consigo fazer a perícia. O pior é que não tenho mais condições de trabalhar, pois tenho problema de coluna e não aguento de dor. Até remédio controlado eu tomo", relatou. "Preciso garantir uma renda, nem que seja um salário mínimo".
Em Itaquaquecetuba, os peritos não entraram em greve e o atendimento continua sendo realizado como na semana passada. A greve não se estendeu e os beneficiários que tiverem consulta agendada poderá ir ao local.
Segundo a ANMP, os peritos reivindicam jornada de 30 horas semanais, recomposição salarial de 27%, imediata recomposição do quadro de peritos médicos no INSS, segurança plena para os profissionais, entre outras solicitações de melhor condição de trabalho.