O Alto Tietê conta hoje com 123,3 mil pessoas acima de 60 anos, o que representa 8,5% da população total das dez cidades, composta por 1,4 milhão de habitantes. Apesar de o volume de idosos parecer pequeno, o envelhecimento crescente da população é uma realidade cada vez mais próxima e o atendimento das necessidades da terceira idade, bem como a criação de políticas públicas para essa faixa etária, ainda estão longe de ser suficientes para atender esse público.
A necessidade de instalação de novos serviços, principalmente para acolhimento de idosos acamados e de rua, devem ser alguns dos temas discutidos na Conferência Estadual do Idoso, que acontece entre amanhã e quarta-feira em Águas de Lindóia, no interior do Estado. O Alto Tietê será representado por nove conselheiros, entre eles a vice-presidente do Conselho Municipal do Idoso de Mogi das Cruzes, Juracy Fernandes de Almeida.
Segundo ela, apesar dos serviços e programas que já são oferecidos aos idosos nas cidades da região, o Alto Tietê ainda está bastante atrasado em relação ao avanço do envelhecimento da população. "A região não está estagnada, mas caminha muito lentamente em relação às políticas públicas para idosos. Mogi consegue se sobressair um pouco porque se organizou para isso, mas algumas cidades nem contam com um conselho ainda, por exemplo", relatou.
No município, pelo menos 11% da população possui mais de 60 anos
Para Juracy, alguns serviços precisam ser instalados o mais rápido possível, entre eles estão locais para receber idosos acamados. "Existem as Instituições de Longa Permanência (ILPIs) para idosos, mas precisamos de residências geriátricas que recebam essas pessoas que estão acamadas, mas que não precisam estar hospitalizadas, por exemplo. Nas ILPIs eles recebem cuidados da assistência social e nas residências seriam cuidados relacionados à saúde", detalhou.
A vice-presidente do Conselho de Mogi ressaltou que levará para debate na conferência a necessidade de cuidados para idosos de rua. "Existe uma quantidade grande de pessoas acima de 60 anos que envelheceram nas ruas e que precisam de cuidados também, porque a partir dessa idade seguem o Estatuto do Idoso, que estabelece seus direitos. É preciso que se crie repúblicas para essa faixa etária, pois não podemos encaminhá-los para os abrigos comuns", afirmou.