A mulher filmada pendurando em um varal o que pareciam ser ratos, que viralizou nas redes sociais, vai se mudar para o interior de Minas Gerais, após a repercussão.
Segundo o advogado dela Werner Chuong, a vítima era funcionária de uma loja na região central de Mogi das Cruzes e os objetos pendurados, eram, na verdade, bacons para consumo próprio. O advogado afirmou que, em breve, entrará com ações de injúria racial e difamação aos responsáveis pela publicação da gravação e pelas ofensas.
No vídeo ela aparece retirando objetos pretos do varal e colocando-os em um pote.
O advogado, que prefere que a clientes seja identificada apenas pelas iniciais MLG, garante que "tudo não passou de um grande engano". "Ela é funcionária de uma 'loja de
R$ 1,99' na avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco e não de uma lanchonete, conforme as pessoas citaram", explicou.
Chuong afirma que os objetos pendurados na varal, chamados por internautas de ratos ou peixes, eram pedaços de carne de porco, bacon.
"Os chineses e orientais, em geral, têm o costume de secar carne ao sol. É totalmente normal na cultura deles", disse.
A mulher que residia em Mogi se mudou para o interior de Minas Gerais na segunda-feira. "Muitas pessoas que passavam próximo ao local onde ela trabalhava a ofendia verbalmente. Não somente ela sofreu preconceito nestes últimos dias, mas também toda a comunidade chinesa da cidade se sentiu ofendida pelas palavras e provocações", afirmou Chuong.
Ainda segundo o advogado, sua cliente teve muitos prejuízos após o ocorrido.
Ele avalia que todo esse incidente só se tornou de grande repercussão pelo fato da mulher ser chinesa. "Vamos entrar com ações de injúria racial e difamação contra as pessoas que a ofenderam e os responsáveis por publicarem o vídeo na Internet", concluiu.
Sobre a interdição de lanchonetes e bares próximos ao local do incidente, dias após a divulgação do vídeo, a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde havia comunicado que a Vigilância Sanitária do município não havia flagrado a situação que diz respeito aos supostos animais em nenhum dos quatro estabelecimentos analisados no trecho visitado (uma pastelaria, uma lanchonete e dois bares) e ressaltou, ainda, que a interdição ocorreu "pela falta de higiene". (*Texto sob supervisão do editor)